terça-feira, 29 de agosto de 2017

A MAÇONARIA E A BÍBLIA




O QUE É A MAÇONARIA

Iniciação do Candidato

Antes da iniciação, a vida do candidato é inquirida por uma comissão, se aprovada segundo critérios pré-estabelecidos, uma dupla de maçons irá até a casa do candidato para estabelecer contato com sua família conhecendo assim o seu “modus vivendi”. Aprovado o seu ingresso na ordem, é então marcado sua iniciação que se dará num “Templo Maçônico” o qual também é denominado “Loja Maçônica”. No dia marcado, o candidato se apresenta no templo, trajando terno preto ou azul marinho. Na porta do templo é recebido por um maçom vestindo um balandrau - que é um tipo de vestimenta preta que cobre todo o corpo - tendo em sua cabeça um tipo de chapéu pontiagudo como se fosse um cone (como os utilizados pela inquisição) ficando à mostra somente seus olhos, nariz e boca. Aqui seus olhos são vendados com um pano escuro, de modo que nada veja o que ocorre à sua volta. O candidato tem acesso a uma espécie de átrio onde do mesmo são retirados todos os objetos metálicos, tais como anéis, relógios, pulseiras, abotoaduras, dinheiro e seu cinto. A calça na perna esquerda é enrolada até a altura do joelho, do seu pé direito é retirado sua meia e seu sapato, sendo calçado um chinelo ordinário; seu paletó é retirado assim como a gravata, a sua camisa é aberta, o lado esquerdo é despido, assim como a manga direita da sua camisa é enrolada até entre o ombro e o cotovelo, sendo então lhe é colocada uma pequena corda em volta do seu pescoço.

Desta maneira o candidato, de muito boa fé, de boa mente, degradado, na sua condição mundana e pobreza espiritual e em conseqüência desta situação que se encontra, o mesmo tem o ardente desejo de ser enriquecido com a sabedoria e luz maçônica, que o mesmo irá receber. Imagine caro leitor a que ponto chega o ser humano, quando iludido por enganos! Quantas pessoas inteligentes se submetem a estas condições degradantes em busca de crescimento espiritual! Os maçons afirmam que os templos são locais de estudo e aperfeiçoamento e que a mesma não é uma religião. Vamos verificar no decorrer deste estudo, que esta é uma falsa afirmação.

Voltando ao ritual de iniciação, ao candidato antes de adentrar o recinto é lhe perguntado se está bem, se está preparado para as provas que irá enfrentar, etc... criando assim um ambiente de misticismo e ansiedade no candidato. Com os olhos vedados, significando sua condição de profano (pois assim são chamados todos aqueles que não tem a sabedoria ou luz maçônica ou não conhecem a arte real). Já no interior do templo, amparados por dois maçons, é conduzido por caminhos imaginários que se supõe seja sua condição mundana e então o mesmo é colocado sob algumas situações, como a ponta de uma espada colocada em seu peito na altura do coração, o sentar em uma cadeira cheia de pontas de pregos, fazer alguns juramentos e depois, se estiver mentindo, tomar de uma taça como cheia de um veneno mortal, que na verdade é somente água com açúcar e muitas outras coisas sem relevância. Nestas iniciações podem também ser utilizados esquifes, crânios, velas, acácias e outros objetos que ficam a critério de cada loja. Depois de aproximadamente uma hora gasta neste ritual, a venda é tirada dos olhos do então agora chamado neófito. Todos os maçons presentes apontam suas espadas na direção do mesmo, que é denominado irmão aprendiz e é cingido com um avental branco com a abeta virada para cima. O neófito é aplaudido por todos os presentes e, a partir deste momento, o mesmo passa a fazer parte da ordem que no Brasil são regidos por – o Grande Oriente do Brasil, o Grande Oriente de São Paulo e grandes lojas (de orientação Inglesa e Escocesa).

Abro aqui um parêntese, porque se faz necessário um esclarecimento sobre a composição de autoridades maçônicas que regem o templo. O Venerável Mestre ou Presidente da Loja é eleito para determinado mandato, e é a autoridade máxima na diretoria eleita. Irmão Orador é um maçom de bastante cultura, que rege estudos ou aconselhamento na loja, chamado também de Irmão de Muita Sabedoria. O Irmão Tesoureiro é responsável pela coleta, administração, gastos, e prestação de contas do sistema financeiro da loja. Dentro das lojas o dinheiro é chamado de medalhas cunhadas. Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes são uma espécie de guardiões das colunas do templo, das quais falaremos mais adiante. Irmão Guardador da Porta do Templo é o que recebe a entrada e saída dos maçons no templo. Faço aqui uma observação: na maçonaria existe uma graduação como a seguir: Grau de Aprendiz, Grau de Companheiro e o terceiro grau que é o de Mestre Maçom, este é o grau da Plenitude Maçônica, os graus acima disso até 33º são somente graus simbólicos atingíveis por estudos e provas a que são submetidos.

Do Modelo do Templo

Internamente o templo é um misto de cópia que os maçons afirmam ser do Templo de Salomão, que na realidade, não é de longe nem um esboço do mesmo relatado pela Bíblia sendo uma invenção humana com muitas adaptações. Como afirmei, não pode ser considerado modelo de fidelidade.

A Composição Física da Loja

Pode ser assim descrita: Depois da porta principal estão localizadas duas colunas chamadas Boaz e Jaquin. Estes são posicionadas uma a direita e outra a esquerda conforme prefiguração que os maçons acreditam ser referência a II Crônicas 3:15-17. Existe no chão um mosaico quadriculado nas cores branco e preto, logo à frente tem um pequeno púlpito onde fica o livro da sabedoria, a Bíblia, o Alcorão, o Mahabharata ou outro segundo a preferência dos membros. Existem fileiras de cadeiras dos dois lados do salão onde se sentam membros e visitantes. Na parte frontal da loja fica um plano mais elevado onde ficam as outras autoridades da loja, como o presidente, orador, tesoureiro e secretário. Ninguém tem acesso às reuniões a não ser os próprios maçons; esposas, filhos e visitantes só têm acesso a loja nas chamadas festas brancas, que são eventos, banquetes, etc.

Do Ritual e Procedimentos

Existe um pequeno púlpito, onde está aberta uma Bíblia aberta no Salmo 133 que é lido na abertura da reunião, em outro leitura é lido Amós 7:7,8. Cada oficial eleito toma o posto para o qual foi eleito, os assuntos ali tratados são os mais variados possíveis, de interesse da própria loja e de outras lojas. Nunca entendi o porque do segredo destas reuniões pois são assuntos, a meu ver, irrelevantes e sem a necessidade do valor que a eles são atribuídos. Nos dezessete anos em que fui maçom, fora os estudos e iniciações ali realizadas, nada vi que tivesse a importância a ponto de não serem consideradas de conhecimento público.

A maçonaria atualmente está tão degradada a ponto de hoje existirem lojas maçônicas mistas (homens/mulheres) e lojas somente de mulheres e este fato se deu porque maçons revelaram as suas esposas os procedimentos e conteúdo das reuniões quebrando assim uma hegemonia masculina de quatro séculos.

A Bíblia, O Cristo Jesus e Outros

A Bíblia para os maçons não é de maneira nenhuma a sua regra de fé. A mesma para eles é apenas um livro filosófico sem nenhuma importância para a salvação dos homens. O sacrifício de Cristo na cruz para a salvação dos pecadores é ignorado pela maioria, senão digo pela totalidade. Cristo é apenas um iluminado. Os maçons não aceitam ateus, ou seja, ninguém que não crê num ser maior como o G.A.D.U. (Grande Arquiteto do Universo ou também o Grande Geômetra), assim como Alá dos Mulçumanos e outros.

Existem lojas Brasileiras que incluem em seu ritual correntes feitas por maçons que invocam o nome de maçons já falecidos. Inclusive existem lojas que aos iniciados é dado o nome de um maçom eminente já falecido como Jaques de Molay, Voltaire, Mozart, Andrada e outros.

Os maçons dizem descender dos antigos Egípcios mas não há provas verdadeiras destas afirmações. O que existe de comprovado é que este movimento se iniciou no século XV na França e também na Inglaterra de onde se propagou para o mundo então conhecido. Muitas lojas Brasileiras tem aderido as suas fileiras Espíritas-Kardecistas daí o seu caráter caritativo e a tendência do seu ritual religioso, do qual eles alegam não ser (maçonaria espírita).

Simbologia

O símbolo mais conhecido dos maçons é o esquadro e o compasso pelo qual os maçons são universalmente conhecidos. Existe também o olho direito inserido num triângulo, o qual é chamado pelos maçons do olho que tudo vê, ou seja, o olho de Deus.

Como a palavra maçom na língua Francesa significa pedreiro, são muitas as ferramentas usadas em seu simbolismo assim como o maço (martelo), o cinzel (palhadeira), a colher de pedreiro, o nível, o esquadro e o prumo. Aproveitando o simbolismo, atrelados a toda esta simbologia existe uma suposta lenda a respeito de Hirão (1 Reis 7.13,14) na construção do templo durante o reinado de Salomão. Esta lenda envolve a acácia, considerada pelos maçons como uma espécie de arvore sagrada que biblicamente não passa de uma estória inverídica, anti-bíblica, somente crível para aqueles que não pesquisam as Escrituras. São enganados porque assim o preferem, permanecendo no erro e se sujeitando a ele.

Esta sociedade secreta se deu no passado a aspirações políticas. Um exemplo disso é a independência do Brasil onde o Imperador Dom Pedro I foi iniciado na maçonaria e nesta mesma cerimônia foi elevado ao grau de mestre levando como segundo nome “Guatimozin” nome de um indígena Mexicano que foi mártir de um causa naquele país. Logo depois deste episódio deu-se a libertação do Brasil do Portugal, e Dom Pedro I como imperador do Brasil.

A maçonaria em épocas passadas teve seu braço interferindo na política de muitos países. Não podemos deixar de registrar a inimizade entre a maçonaria e a Igreja Católica que por séculos perdurou, por interesses comuns à ambas as partes. Atualmente existe uma tolerância mútua.

A literatura maçônica que envolve rituais e procedimentos são escritos com linguagem cifrada que só os iniciados conseguem traduzir.

Mitos e Enganos que Vulgarmente se fala das Lojas /Maçônicas.

1. Que a imagem de Cristo na cruz (crucifixo) é chicoteada em alguns rituais.

R: Falso, isto não acontece.

2. Ritos de magia negra e bruxaria acontecem dentro das lojas.

R: Falso, isto não acontece.

3. Que as artes maçônicas são tão antigas como a existência do próprio homem na terra.

R: Falso, não há comprovação histórica para tal alegação.

4. A veracidade Bíblica para atestar a lenda de Hirão e a acácia para embasar seu ritual.

R: Falso, a Bíblia nada fala a esse respeito, que este fato é citado como bíblico, mas isto não está escrito, sendo invencionice humana, mentira, para apoiar um ritual espúrio.

5. Que a maçonaria só aceita em seus quadros pessoas de ilibado procedimento em sua vida.

R: Falso, a maçonaria recebe em seus quadros pessoas de todos os tipos. Cada loja é soberana para aceitar pessoas de acordo com suas conveniências.

6. Que dentro dos templos todos são iguais, existe um nivelamento.

R: Falso, dentro das lojas existem elites que tem proeminências e destaque, devido aos cargos que exercem na vida secular.

6. Que a pessoa fica rica quando entra para a maçonaria.

R: Falso, todo maçom tem que trabalhar e prover sustento para sua família. Se o mesmo sofrer algum revés em sua vida, ele será amparado assim como sua família.

Dos Juramentos

Quando do seu ingresso na ordem, o iniciado tem que proferir juramento assim como em mudança de grau. Cito aqui os três juramentos principais:

Primeiro Grau – Aprendiz Maçom

Juro nunca revelar os segredos a mim revelados, como artes, procedimentos ritualísticos, revelações místicas, e outros.

Sob pena de ter cortada minha garganta de um lado ao outro, e ter arrancada a minha língua e após isto ter meu corpo enterrado nas areias do mar sob o fluxo e refluxo das ondas.

Segundo Grau – Companheiro Maçom

Idem ao juramento do primeiro grau.

Sob pena de ter meu coração arrancado e ter meu corpo enterrado nas areias do mar sob o fluxo e o refluxo das ondas.

Terceiro Grau – Mestre Maçom

Idem aos juramentos do primeiro grau – aprendiz e o segundo grau de companheiro maçom.

Sob pena de ter rasgado meu ventre e expostas as minhas entranhas e ter meu corpo enterrado nas areias do mar sob o fluxo e refluxo das ondas.

Rito Escocês, antigo e aceito.

Conclusão

O autor deste trabalho foi membro ativo da maçonaria por dezessete anos. Porque ingressei na ordem? Primeiro por curiosidade, depois para conhecimento do que se passava lá dentro - por exemplo, as coisas secretas. Tive parentes e amigos maçons que me incentivaram a ingressar nos seus quadros, estar próximos as elites, pois todas as pessoas influentes que conhecia eram maçons.

A Chamada

O meu Senhor Jesus, o Cristo de Deus, meu Salvador me chamou para servi-Lo. Foi um novo nascimento, Ele me tirou dum charco horrível e pôs seguro os meus pés sobre uma rocha firme. Ele me limpou para que eu me tornasse novo. “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;” Efésios 2.1,2

Porque a maçonaria é incompatível com o cristianismo Bíblico? Vou responder com versículos bíblicos (Bíblia Almeida Fiel).

“Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e nada disse em oculto.” João 18.20

“Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado.” Lucas 12.2,3

“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.” Marcos 4.22

“Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mateus 5.34-37

“Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.” I Coríntios 10.21

Advertência Final

Tudo o que aqui foi escrito, meu caro leitor, é uma advertência para te mostrar o que se passa nesta sociedade secreta e conhecendo esta verdade, te previnas e te esquives de incorrer no mesmo erro que cometi no passado. Não poderei voltar ao passado para fazer um novo presente, mas no presente com auxilio do Senhor Jesus Cristo faremos um novo futuro.

Amigo leitor tenha sempre em mente os versículos com que encerro este trabalho.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14.6

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Coríntios 5.17

domingo, 27 de agosto de 2017

A FOFOCA E A BÍBLIA



"FOFOCAS NA IGREJA"

LEVÍTICO 19:16-19

Quando conto adiante algo que eu deveria Ter ficado para mim, normalmente o justifico com as palavras: "Precisamos de qualquer maneira orar por fulano ou sicrano, ele tem o seguinte grave problema..." Mas então normalmente não oramos, mas falamos bastante sobre o assunto. Naturalmente sempre foi altamente interessante ficar sabendo das últimas histórias sobre uma pessoa ou uma obra.
I). O QUE É FOFOCA?
Por ocasião da nossa conversão a Jesus, deixamos os "grandes pecados" como por exemplo, mentir, roubar, beber, enganar, uso de drogas, etc. Começamos a passar nosso tempo com nossos novos amigos, falando a respeito de nosso Senhor, sobre nossa vida e sobre o que acontecem à nossa volta. Complemente inofensivo... pensamos. Mas, observemos a coisa um pouco mais de perto! Quantas vezes essas conversas estão cheias de julgamentos, de boatos, de "ouvi dizer"... escondidos cuidadosamente atrás de um sorriso cristão!
Já sabias que a bíblia fala muito sobre fofoca? E não se trata de um "pequeno pecado", como muitos de nós pensamos. Na bíblia está escrito: "...a boca perversa, aborreço" (Prov. 8:13). Deus nos ordena: "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo." (Lev. 19:16). Ele também diz: "...aprendam também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem." (I Tim. 5:13). E no Salmo 101:5, Deus diz: "Ao que as ocultas calunias o próximo, a esse destruirei." Deus é de opinião que pessoas tagarelas não o reconhecem, estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança, como assassinos e aborrecedores de Deus. Ele continua, dizendo que aqueles que fazem tais coisas, sabem que merecem a morte. Mas isso não os impede de continuar a faze-las e até a animar outras a pratica-las (Rom. 1:28-32).
Além disso as fofocas não precisam ser obrigatoriamente mentirosas. Muitos pensam: "O assunto é verdade, por isso posso contá-lo a todos." Mas isso não está certo! Dizer a verdade com falsos motivos pode Ter efeito ainda mais funestos do que falar inverdade. A seguinte definição de "fofoca" deixa isso claro: Falar algo de alguém é fofoca, quando o que é dito não contribui para a solução do problema da pessoa em questão.
II). ORIENTAÇÃO NA BÍBLIA
Quando somos ofendidos por alguém ou vemos que alguém vive em pecado, temos que ir a essa pessoa e a nenhuma outra! (Mat. 18:15e16). Se alguém vive em pecado, que valor teria, falar a respeito a outros? O que os outros irão fazer a respeito? Ao invés disso, é nossa tarefa reconduzir o irmão ou a irmã à comunhão com Deus. Poderias mostrar-lhe o ponto escuro em sua vida, que o Senhor gostaria tanto purificar. Se a pessoa não der ouvidos, deve-se dar outros passos. "Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-lo, com espirito de bradura; e guarda-te para que não sejais também tentado." (Gal. 6.:1)
III). ENVOLVER OUTROS
Transmitir a outros nossas mágoas e amarguras e ouvir quando eles falam das suas, é outra área em que devemos ser bem cuidadosos. Se alguém feriu teu amigo, e este te falar da sua dor, provavelmente ficará ofendido por simpatia por ele. Então também te sentes ofendido e talvez ficas bravo com a pessoa que fez tal coisa ao teu amigo. Mais tarde é possível que os dois se reconciliem, e tudo estará perdoado e esquecido. Mas um problema permanece: Tu continuas amargurado!
Uma briga causada por um pequeno incidente, pode ter conseqüências muito amplas e estender-se por muito tempo, dependendo de quantas pessoas tomam conhecimento dela. Vês, é complemente injustificável envolver outros em tuas mágoas. Não temos o direito de ir a outro, exceto a Deus e aquele que nos ofendeu.
IV). A DIFERENÇA ENTRE ACONSELHAMENTO E FOFOCA
Muitas vezes, fofocas e difamações são camufladas como "aconselhamento espiritual". Nada existe de condenável no aconselhamento espiritual, se realmente falar com conselheiro espiritual, um conselheiro espiritual é um crente maduro, que te exorta numa vida espiritual e à reconciliação, que aponta seu pecado na situação que está sendo analisada! Ele não exagera a importância da questão e não fica logo ofendido pessoalmente. A ele interessa principalmente a vontade de Deus, não a tua.
Na maior parte das vezes, nem procuramos seriamente uma solução quando falamos com alguém sobre um problema, mas somente um ouvinte compassivo, que também defende nosso ponto de vista. Parece-nos indiferente, quantas divisões provocamos, enquanto pudermos atrair pessoas para o "nosso lado". "Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre os irmãos." (Prov. 6:16-19)
V). "MAS ESTOU SOMENTE OUVINDO!"
Muitos de nós pensamos que somente ouvir não é tão grave quanto espalha-las. Mas isso não é verdade! Deus diz: "O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna." (Prov. 17:4).
Em I Samuel 24:9, Davi exorta a Saul: "Porque dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?" Sim, porque lhes damos ouvidos?! Porque estamos tão rapidamente dispostos a acreditar o pior? Na bíblia está escrito: "(o amor) tudo espera" (I Cor. 13:7). Porque não respondemos educada mas decididamente: "Desculpe, tenho a impressão que você está contando algo, que eu nem deveria ouvir. Você deveria conta-lo ao Senhor e aquele quem se refere, mas a mim não."
Algumas exortações desse tipo, mataria em germe a maior parte das histórias de mexericos. Ao menos, elas impedirão as pessoas de vir a ti com sua conversa fiada. Talvez, assim também as estimule uma vez a pensar sobre coisas mais importantes que os assuntos de outras pessoas. A bíblia nos adverte claramente sobre o envolvimento com fofocas: "O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre seus lábios." (Prov. 20:19)
VI). UM SINAL DE MATURIDADE
"Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo." (Mat. 12:36). Em cada palavra que dizemos, tomamos uma decisão. Ou nos decidimos a glorificar a Deus ou a entristecê-lo, rebelando-nos contra sua palavra; "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim, unicamente a que for boa para edificação." (Ef. 4:29).
Freqüentemente não levamos a sério a ordem de Deus para controlar nossa língua. Trata-se, entretanto, de uma das características de um crente maduro. Tiago diz: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã." ( Tiago 1:26). Sabemos que o coração é enganoso mais do que todas as coisas (Jer. 17:9), e assim seria fácil justificar desse modo nosso comportamento errado.
VII). UM PENSAMENTO FINAL
Fofoca e difamação, são instrumentos de Satanás. Ele sabe: se consegui dividir-nos e fazer com que lutemos entre nós, estaremos muito ocupados para lutar entra ele. Temos que parar e pensar, antes de falar! Deveríamos decidir em nosso coração, nunca mais dar ouvidos a fofocas ou espalha-las! Isso é possível pela graça de Deus e através da nossa decisão de fazer a escolha certa! Talvez tenhas que pedir desculpas a alguma pessoa. Talvez será preciso revelar amarguras e curá-las. Vai primeiro a Deus e deixa Ele ordenar teu coração! Ele também te dará forças para fazer o restante: (Apoc. 19:7)

sábado, 26 de agosto de 2017

A BÍBLIA E O DIVÓRCIO



DEZ PERGUNTAS SOBRE O DIVÓRCIO

?E eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério?. Mateus 19.9

Há seis passagens principais, na Bíblia, que tratam especificamente do assunto divórcio; Deuteronômio 24.1-4, Mateus 5.31-32, Mateus 19.3-9, Marcos 10.2-12, Lucas 16.18 e Romanos 7.1-3. Mateus 19.3-9 é a passagem central.

O tema divórcio realmente é muito controverso. Há muitos extremistas e muitos posicionamentos e idéias não bíblicos sobre o divórcio. Nossa responsabilidade é averiguar as Escrituras e descobrir o que a Palavra de Deus diz efetivamente sobre o assunto. Nesta mensagem, necessitamos fazer dez questões sobre o divórcio e tentamos respondê-las a partir das Escrituras.

QUESTÃO UM

UM PASTOR DEVE PREGAR SOBRE O DIVÓRCIO?

Há, pelo menos, quatro razões pelas quais um pastor deve tratar do assunto. Primeiro, o pastor divinamente chamado deve pregar sobre o divórcio porque as Escrituras tratam do assunto, e o pastor divinamente chamado é responsável pela proclamação de todo o conselho de Deus. Paulo procedeu dessa maneira, em Atos 20.27.

Segundo, um pastor deve pregar sobre o divórcio devido à tremenda onda de divórcio que está varrendo nosso mundo nos dias de hoje. Homens e mulheres, meninos e meninas precisam ser informados e advertidos sobre a vontade de Deus a respeito deste assunto muito sério. Oh, se pelo menos um matrimônio fosse poupado, se pelo menos uma pessoa jovem evitasse o pecado e as angústias de um lar desmoronado por intermédio desta mensagem!

O pastor divinamente chamado deve pregar a respeito do divórcio, em terceiro lugar, porque os homens e as mulheres sempre procuram meios de evitar o assunto divórcio a fim de aliviar as suas consciências culpadas e torná-los capazes de externalizar a maldade de seus corações. Por isso, a vontade de Deus revelada a respeito deste assunto deve se fazer conhecida continuamente.

Finalmente, o pastor deve pregar sobre o divórcio porque algumas pessoas estão suportando um fardo desnecessário de culpa e angústia nocivas em relação ao divórcio em suas próprias vidas ou em suas famílias. Estou convencido de que muitas pessoas sofrem desnecessariamente sob fardos de culpa devido a certos enganos, e restrições estabelecidas pelos próprios homens a respeito deste assunto. Usando as Escrituras, o pastor divinamente chamado deve aclarar essas idéias equivocadas e fardos nocivos de culpa.

QUESTÃO DOIS

O QUE É O CASAMENTO?

Ao considerar qualquer assunto, e especialmente um tão controverso como o divórcio, precisamos começar definindo nossos termos. Antes que possamos entender o significado de termos como fornicação, adultério e divórcio, precisamos entender exatamente o que é casamento.

O que é o casamento? O que faz de um casal esposo e esposa? É a cerimônia na igreja? É aquele pequeno pedaço de papel requerido pelo município com a assinatura do pastor? São estas coisas que tornam um homem e uma mulher um aos olhos de Deus? O que é o casamento?

O que faz de um casal esposo e esposa aos olhos de Deus, o que reúne um casal como uma única carne é a união física, sua convivência como marido e mulher. O Senhor Jesus define casamento do seguinte modo, quando diz, em Mateus 19.5-6, "? portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem?.

QUESTÃO TRÊS

O QUE É O DIVÓRCIO?

O Divórcio é ?a dissolução legal da relação de matrimônio?, diz o Dicionário Webster. O divórcio é uma declaração pública de que a união matrimonial entre um homem e uma mulher foi desfeita. Quando um homem se divorcia de sua esposa, declara publicamente, através dos tribunais da lei ou por meio de um documento por escrito, que ele e sua esposa já não estão mais casados. O termo bíblico mais usado para o divórcio é !repúdio?. O Senhor diz, em nosso texto, "Qualquer que repudiar sua esposa?" etc.

QUESTÃO QUATRO

QUAL A VONTADE DE DEUS REVELADA SOBRE O DIVÓRCIO?

No casamento, Deus junta um homem e sua mulher, como lemos no versículo 6 de Mateus dezenove. "Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem?. A palavra enlaçar significa, literalmente, juntado com um laço.

O Senhor diz, em Mateus 19.6, que a ordenança de Deus enlaça marido e mulher e, uma vez que a ordenança de Deus enlaça marido e esposa, a ordenança para o homem é que não os ponha separados, e a ordenança para o homem é não desfazer o enlace ou separar marido e esposa, seja essa ordenança redigida pelo próprio parceiro do matrimônio, pelo estado, pela igreja ou por qualquer um que seja. A vontade de Deus revelada é que marido e esposa não se divorciem! Mateus 19.3-9 revela a vontade de Deus a respeito do divórcio e clara e inequivocamente ordena que marido e esposa não se divorciem, que não seja feita a separação de seu casamento.

Malaquias 2.16 informa qual é a visão de Deus sobre o divórcio. As Escrituras contam-nos que Deus odeia o divórcio. "Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o repúdio?".

QUESTÃO CINCO

QUAL A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE FORNICAÇÃO E ADULTÉRIO?

O motivo para essa pergunta pode não ser aparente no princípio. Porém, é muito pertinente em relação ao assunto divórcio, como será visto em seguida.

Algumas pessoas ensinam que o termo fornicação refere-se apenas a pecados sexuais anteriores ao casamento ou a pessoas solteiras, e que adultério refere-se apenas a infidelidade sexual depois do matrimônio. A Bíblia não confirma isso.

É verdade que o termo ?adultério? aplica-se à deslealdade sexual depois do matrimônio, mas não é verdade que fornicação refere-se apenas a pecados sexuais anteriores ao matrimônio ou cometidos por pessoas solteiras. Na Bíblia, fornicação é um termo amplamente usado para todos os tipos de impureza sexual, o que inclui o adultério, sem se limitar a ele.

Todos os que cometem qualquer tipo de pecado sexual, não importa o momento, são culpados de fornicação. Poderíamos dizer desta maneira: todos os Fords são automóveis, mas nem todos os automóveis são Fords. Todo adultério é fornicação, mas nem toda fornicação é adultério.

A palavra fornicação é usada na Bíblia para descrever todos os tipos de pecados sexuais. Em I Coríntios 5.1, o termo !fornicação? é usado para descrever o pecado de incesto, em I Coríntios 6.18, para descrever prostituição, em I Coríntios 7.2, para descrever sexo antes do casamento, em Judas 7, para descrever sodomia e, em Apocalipse 21.8, a palavra fornicação é usada para descrever relações sexuais ilícitas por comércio.

Às vezes fornicação e adultério são citados separadamente como sendo duas coisas diferentes, como em Gálatas 5.19, passagem em que são listados ambos como obras da carne. Mas a coisa importante aqui é o fato de que a fornicação e o adultério também são usados de maneira intercambiável nas Escrituras para se referir ao mesmo pecado.

O sétimo mandamento diz !NÃO ADULTERARÁS?. Obviamente esse mandamento proíbe imoralidade tanto para pessoas solteiras como também para pessoas casadas, assim, aqui, adultério e fornicação partilham o mesmo significado.

Uma esposa pode ser culpada de fornicação, pois Paulo diz, em I Coríntios 5.1, que o homem que cometeu incesto com a esposa de seu pai foi culpado de fornicação. "Geralmente se ouve que há entre nós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai?.

QUESTÃO SEIS

EXISTE ALGUM SUPORTE DA BÍBLIA PARA QUE UMA PESSOA CASADA SE DIVORCIE DE SEU CÔNJUGE?

O embasamento para as afirmações a respeito do divórcio, feitas por nosso Senhor, em Mateus 19.9, está no versículo 3 do mesmo capítulo. Então, chegaram aos pés dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: !É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?", os fariseus pensaram ter colocado o Senhor em uma armadilha com essa pergunta.

Se Ele dissesse que Sim, o Senhor estaria contradizendo o que Ele mesmo já tinha dito, em Mateus 5.32. "Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério."

Se, por outro lado, o Senhor dissesse Não, Ele contradiria o que Moisés havia dito em Deuteronômio 24.1. Pelo menos, contradiria a interpretação que tinham dessa passagem. "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará em sua mão, e a despedirá de sua casa." Os fariseus tinham dado uma interpretação tão ampla à frase !se não achar graça em seus olhos?, que permitiriam o divórcio por qualquer razão, não importasse o quanto fosse frívola.

Nosso texto é a parte principal da resposta do Senhor à pergunta dos fariseus. "Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério."

O Senhor diz que o divórcio ou o repúdio da esposa de algum indivíduo não é legal, não importa o motivo, exceto um motivo. O Senhor diz que há um motivo, e somente um, pelo qual uma pessoa casada pode se divorciar de seu cônjuge de maneira justa.

Aos olhos dos homens há muitos motivos para o divórcio hoje em dia. Há crueldade, violência contra a esposa, alcoolismo, falta de apoio, cônjuges condenados à prisão, hospitalização, loucura, um marido ou esposa que se torna uma pessoa relaxada, um casamento que não está dando certo, diferenças irreconciliáveis, incompatibilidade, etc., etc., etc. A Igreja Romana dissolve um matrimônio quando um membro decide tornar-se monge ou freira.

Mas, segundo o Filho de Deus, nenhum desses é motivo para o divórcio. De acordo com o Senhor, só existe uma razão bíblica e legítima para o divórcio, que é a fornicação ou o adultério por parte de um dos cônjuges. "Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério?. O Senhor Jesus explicitamente refere-se tanto aqui quanto em Mateus 5.32 que o divórcio somente é permitido por razão de adultério de um dos cônjuges de um matrimônio.

No entanto, há aqueles que defendem que não há NENHUM motivo bíblico para o divórcio, nem mesmo o adultério. Um exemplo disto é o recente Theodore Epp de !Back To The Bible Broadcast? (Programa de rádio !De volta à Bíblia?). No seu folheto "Deus e o divórcio", nas páginas 38-39, fala do incidente envolvendo nosso texto e diz !? Jesus? não lhes deu absolutamente nenhuma permissão, seja ela qual for, para o divórcio." Outro exemplo é visto no Catolicismo Romano, que diz na questão 1194, de seu Catecismo de Baltimore, "O matrimônio de duas pessoas batizadas que, desde então, viveram juntas como marido e mulher nunca pode ser dissolvido, a não ser pela morte de uma das partes." É difícil de entender esses posicionamentos, quando se leva em conta declarações explícitas de nosso Senhor contrárias a eles.

É interessante notar neste momento que, em Jeremias 3.8-9, Deus descreve-se como que se divorciando de Israel por causa do adultério espiritual dela contra Ele. Ele a repudiou e lhe deu uma carta de divórcio. "E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu. E sucedeu que pela fama da sua prostituição, contaminou a terra; porque adulterou com a pedra e com a madeira."

Há aqueles que ensinam que fornicação, em Mateus 19.9, significa apenas ser infiel antes do casamento e, então, essa infidelidade pré-marital, quando descoberta pelo cônjuge depois do matrimônio, é a única razão bíblica para o divórcio. Mas como vimos ao responder a pergunta cinco, as Escrituras não confirmam tal definição.

O motivo bíblico para o divórcio é a fornicação, que inclui o adultério. Vamos pensar por um momento por que o adultério justifica um divórcio. O adultério, na verdade, dissolve um matrimônio. Destrói a verdadeira essência do matrimônio, a relação em que apenas uma única carne existe, descrita pelo Senhor, em Mateus 19.5-9. "? portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem".

A fornicação ou o adultério dissolve um matrimônio porque os cônjuges, depois do adultério, não são mais uma só carne, no sentido misterioso no qual a Bíblia diz que um marido e sua mulher devem ser. Paulo diz, em I Coríntios 6.16, !Ou não sabeis que o que se ajunta com uma meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois uma só carne." Se um homem se torna uma só carne com uma meretriz, é difícil de se imaginar como ele ainda pode ser uma só carne com sua esposa.

Não é a ação de um tribunal ou uma igreja, não é o que está escrito em algum pedaço de papel, não é a assinatura de um juiz que dissolve um casamento. O pecado de adultério dissolve um casamento. Quando o tribunal ou o estado estabelece um divórcio, está simplesmente reconhecendo o que já aconteceu. O Senhor permite divórcio por motivo de adultério pois, dessa maneira, o adultério rompe com o relacionamento de uma só carne existente no matrimônio.

QUESTÃO SETE

UMA PESSOA DIVORCIADA QUE SE CASA NOVAMENTE COMETE ADULTÉRIO AO FAZER ISSO?

Sim, se a pessoa se divorciou por qualquer outra razão que não a razão bíblica. O segundo casamento é uma das coisas que o Senhor trata especificamente, em Mateus 19.9, quando usa as palavras "e casar com outra?. O Senhor diz, nesse trecho, claramente, que "qualquer que repudiar sua mulher? por qualquer outra razão que não seja o adultério !e casar com outra, comete adultério??

Sempre que um casal se divorcia por qualquer motivo não bíblico e um divorciados casa-se novamente, comete adultério. Por quê? Porque, embora possam ter um divórcio reconhecido pelo estado ou por alguma igreja, o seu laço não foi rompido antes da união com a outra pessoa e esta união é, então, um adultério. O divórcio não bíblico deixa a porta aberta para o adultério quando uma das partes casa-se novamente.

Uma pessoa divorciada que se casa novamente comete adultério ao fazer isso? Não, não se ela está divorciada por uma razão bíblica! Como já vimos, o adultério termina a relação de matrimônio, como Deus originalmente instituiu-o. Se um homem se divorcia de sua esposa em acordo com as Escrituras, então, o laço do matrimônio é obviamente dissolvido e as partes já não podem ser chamadas de esposo e esposa. E, se o laço é assim dissolvido, então a parte inocente é certamente livre para se casar novamente sem ser culpada de adultério. Um casamento que foi dissolvido moralmente e legalmente deixou de existir e a parte inocente é, portanto, tão livre para se casar novamente, como se a parte ofensora estivesse morta! Quando há cometimento de adultério, a parte culpada juntou-se a outra pessoa e, assim, a parte inocente não está mais ligada e é livre.

O fato de as pessoas divorciadas biblicamente e que se casam de novo não serem culpadas de adultério também é confirmado pela exceção que nosso Senhor faz em Mateus 19.9. A exceção aqui se aplica ao divórcio e ao segundo matrimônio. !Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, A NÃO SER POR CAUSA DE PROSTITUIÇÃO, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério." O adultério é cometido pela pessoa que se divorciou de maneira não bíblica e que se casa com outra pessoa.

Marcos, ao reportar esse mesmo incidente, cita o Senhor, em Marcos 10.11, dizendo "E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela". Porém, a exceção que faz com que o segundo casamento de uma pessoa divorciada deixe de constituir adultério é que o divórcio tenha ocorrido devido à fornicação ou ao adultério.

Também temos que nos lembrar aqui que Deus não castiga uma pessoa inocente por causa dos pecados do culpado. Em Ezequiel 18.20, Deus diz: "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele". Todo homem tem que pagar por seus próprios pecados. Deus não castigará uma esposa inocente para o resto de sua vida devido aos pecados cometidos por seu marido e vice-versa.

É importante notar, aqui, que homens eminentes de Deus entenderam as Escrituras do mesmo modo que temos explicado. Spurgeon, em seu comentário sobre Mateus 19, disse: "A fornicação faz de uma pessoa culpada um sujeito ao qual se pode aplicar perfeitamente um divórcio justo e legal: uma vez que isto gera uma anulação virtual do laço matrimonial? dois indivíduos, uma vez casados, à vista de Deus, estão casados para toda a vida, com a exceção de fornicação comprovada".

QUESTÃO OITO

UMA PESSOA DIVORCIADA QUE SE CASOU NOVAMENTE ESTÁ "VIVENDO EM ADULTÉRIO"?

Os ensinamentos da Igreja Protestante Reformada (IPR) nos dizem que sim. Tenho um folheto intitulado "O Laço Irrompível do Matrimônio", de Herman Hoeksema. Hoeksema foi ex-pastor da Primeira Igreja Protestante Reformada de Grand Rapids, Michigan, durante anos, e a principal líder para o movimento dessa igreja. Nesse folheto, o Sr. Hoeksema mostra a posição da IPR quando diz: "Um homem que vive separado da sua primeira esposa, mesmo que divorciado e casado novamente, vive em adultério contínuo e, para que ele corrigir sua situação, teria que se divorciar de sua segunda esposa? mesmo depois do adultério, o casamento não está rompido e nunca pode ser rompido até a morte."

Mas isto certamente não é o que ensina a Palavra de Deus! Infidelidade ou adultério separam o que Deus uniu. A infidelidade de qualquer um dos cônjuges termina com a relação de matrimônio. O homem e a mulher não são mais uma só carne. Um deles une-se a uma outra pessoa de maneira adúltera.

Uma mulher que se divorciou e casou novamente não tem dois maridos. Ela foi casada duas vezes, mas ela não tem dois maridos. O marido do segundo casamento é o seu marido. O marido do seu primeiro casamento é o seu ex-marido.

Deuteronômio 24.4 chama o primeiro marido de uma mulher divorciada de !seu primeiro marido?, exatamente essas palavras. !Seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la??

Um divórcio bíblico estabelece que o matrimônio anterior já não existe mais, que o marido anterior já não é marido, e a esposa anterior já não é esposa. Quando Deus se divorciou de Israel devido ao adultério espiritual dela, disse, a respeito de Israel, em Oséias 2.2, "Ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido??

QUESTÃO NOVE

POR QUE OS PASTORES FREQÜENTEMENTE SE RECUSAM A EXECUTAR CERIMÔNIAS DE MATRIMÔNIO QUANDO UM OU AMBOS O CASAL SÃO DIVORCIADOS?

Duas razões simples: primeiro, porque para fazer isso seria necessário que o pastor se tornasse juiz para determinar a culpa ou inocência das partes envolvidos e não é justo que ele carregue esse fardo. E segundo, porque, nos casos em que está envolvido um divórcio não bíblico, o pastor responsável pela cerimônia estaria ajudando o casal a cometer o que a palavra de Deus considera pecado.

QUESTÃO DEZ

O QUE DEVERIA SER FEITO COM RELAÇÃO AO PECADO DAQUELES QUE SE DIVORCIARAM DE MANEIRA NÃO BÍBLICA E CASARAM NOVAMENTE?

Algumas pessoas carregam a culpa de tais pecados durante anos e nunca realmente conseguem ter alívio de maneira completa. Infelizmente, os cristãos, às vezes, usam os divórcios de seus companheiros cristãos contra eles como se esse pecado de alguma maneira os tornasse cristãos de segunda classe. O que um indivíduo deveria fazer a respeito desse pecado?

Primeiro, deveria encarar este assunto de modo honesto e franco e, acima de tudo, ele deveria encarar isso levando em conta o que a Bíblia tem a dizer sobre esse assunto. Precisa parar de evitar o assunto e confrontá-lo abertamente.

Segundo, quando descobre, a partir da Bíblia, onde pecou, tem que trazer seus pecados à presença de Deus. Tem que confessar seus pecados e tem que implorar pela purificação e perdão de Deus. I João 1.9 diz "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça."

O que Deus faz com nossos pecados quando os levamos a Ele? Ele os purifica e os perdoa. Algumas pessoas pensam que o pecado abominável do adultério é muito ruim para que Deus o perdoe, mas Deus diz, em Mateus 12.31, que todo tipo de pecado será perdoado aos homens. Deus perdoou a mulher samaritana e que tinha sido cinco vezes casada e divorciada e que estava vivendo com um homem com quem ela não estava casada. Quando um pecador traz o seu adultério a Deus, Deus perdoa esse pecado e o esquece. Em Jeremias 31.34, o Senhor diz: "? porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados". Nem sempre somos capazes de esquecer nossos pecados, mas Deus pode.

Em terceiro lugar, uma pessoa tem que viver para o Senhor em total obediência e proximidade com Ele, começando por hoje, e desse dia em diante. Ele precisa agradecer ao Senhor pela Sua purificação e perdão. Agora é necessário que se esqueça das coisas que atrás ficam e avançar para o alvo.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

DESCULPAS FAJUTAS



"10 RAZÕES PORQUE NÃO TOMO BANHO"
(PARALELO A "10 RAZÕES PORQUE NÃO VOU À IGREJA" )

Pessoas que não frequentam os cultos sempre dão algumas desculpas razoavelmente interessantes para justificarem-se. Para mostrar a fraqueza dessas desculpas, alguém elaborou uma lista bem humorada chamada: "DEZ RAZÕES POR QUE NUNCA TOMO BANHO".

1 - Fui forçado a tomar banho quando era criança.

2 - Pessoas que se banham são hipócritas - elas se acham mais limpas que as outras.

3 - Há muitos tipos de sabonete, eu nunca decidiria qual usar.

4 - Eu costumava tomar banho, mas tornou-se uma coisa chata.

5 - Nenhum dos meus amigos toma banho.

6 - Tomo banho apenas no Natal ou na Páscoa.

7 - Começarei a tomar banho quando ficar mais velho.

8 - Não tenho tempo.

9 - O banheiro é muito frio.

10 - Os fabricantes de sabonete estão somente atrás do meu dinheiro.

A comparação é óbvia. A maioria das desculpas para não se ir à Casa de Deus, são furadas. Assim também são os motivos pelos quais as pessoas não dão atenção para os assuntos espirituais.

Pena que isso aconteça... Pena que muitos inventam tantas desculpas... Agora, pense um pouco: O que essas pessoas vão ouvir de Deus (O SENHOR; O criador do Céu e da terra) na hora da sua morte? " Vinde benditos do meu Pai?". Mesmo crendo no imenso amor, na graça e na misericórdia de Deus, creio também no seu juízo e creio que Deus não vai fechar os olhos para aqueles que se fizeram de surdos e de cegos durante a curta vida aqui neste mundo. Pense: "De Deus não se zomba, aquilo que uma pessoa plantar, isso colherá" (Gálatas 6.9). "HOJE SE OUVIRDES A VOZ DO SENHOR, NÃO ENDUREÇA O SEU CORAÇÃO" (Hb 4.7).

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

LIVRE ARBÍTRIO




“Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. (Efésios 1:11) Às vezes lança-se àqueles que sustentam que Deus é soberano em tudo o que Ele faz que tenha de se reconhecer que a vontade do homem é outro lado desse assunto que ajusta a verdade. No entanto, é difícil imaginar como alguma declaração poderia ser mais positiva do que essa em Efésios 1:11 e se há outro lado do assunto, ele não entrará em contradição com essa declaração, pois toda Escritura é inspirada por Deus e é pois infalível.

Em nenhuma esfera nega-se tanto a soberania de Deus como no assunto da salvação do homem. Apenas cem anos atrás, e por aí, era comum ouvir mensagens sobre o dever de submissão à vontade de Deus, mas quem chega a ouvir uma mensagem sobre esse tema nesta época de teimosia? Muitas vezes se ouve grandes sermões acerca da suposta livre e suprema vontade do homem, e a maioria dos evangelistas (?) não consegue dar um convite sem expandir nesse tema, mas geralmente ignora-se a vontade de Deus.

No entanto, o texto acima não é o único que apresenta a supremacia da vontade de Deus; há muitos outros, e muitas vezes são mais especificamente mencionados com relação à salvação do que os acima. Note o seguinte: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1:10-13) “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer”. (Romanos 9:16-18) “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”. (Filipenses 2:13) “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”. (Tiago 1:18) A esses poderiam-se acrescentar outros textos igualmente fortes e explícitos, mas se alguém não se convencer com esses, também não se convenceria com mais Escrituras.

Há várias palavras no Novo Testamento grego que são traduzidas “vontade”, e elas têm várias nuanças de sentido. Em Efésios 1:11, a palavra traduzida “conselho” (grego boule) em sua forma verbal é muitas vezes traduzida “vontade”. É juntada com “vontade” (grego thelema) que é uma forma mais fraca. A palavra grega boule (e suas formas relacionadas boulema e boulomai) sugere “desígnio deliberado” e é “o resultado de determinação”, em oposição a mero desejo ou vontade. É necessário que distingamos entre essas duas nuanças de sentido, ou então poderemos chegar à ímpia conclusão de que Deus é incapaz de realizar Seus propósitos sem a ajuda do homem. Os teólogos do passado distinguiam entre a vontade revelada de Deus, e Sua vontade secreta; a vontade revelada de Deus (muitas vezes expressa pela palavra grega thelo ou thelema) revela o desejo de Deus, e assim prova nossa obediência; mas a vontade secreta de Deus (expressa pelas palavras gregas boule, boulema e boulomai) expressam a vontade determinada secreta de Deus que não pode e não será frustrada. Muitas vezes se distingue a vontade de Deus em Sua vontade eficaz ou Sua vontade permissiva. O Dr. Green bem distingue entre essas.

Contudo, deve-se notar com cuidado aí que todos os que corretamente sustentam essa doutrina declaram que deve-se sempre manter uma diferença entre o que foi denominado os decretos eficazes e os decretos permissivos de Deus. Seus decretos eficazes têm relação com tudo o que é moralmente bom; Seus decretos permissivos têm relação com tudo o que é moralmente mau. Em outras palavras, Seu meio de ação direto, de acordo com seu decreto, tem a ver com tudo o que é moralmente bom: seu meio de ação direto nunca tem a ver com o que é moralmente mau. Ele permite que o mal ocorra, e eficazmente o anula para o bem — para a promoção da sua glória. — Lectures On The Short¬er Catechism (Preleções acerca do Catecismo Menor), Vol. I, pp. 180 181. Presbyterian Board of Publication, Phila¬delphia.

Nossa época não é a primeira a resistir à vontade e poder soberano de Deus, pois Paulo falou disso em sua época em Romanos 9:18 21, nem nos preocupamos que alguém poderia derrubar a vontade de Deus; porém, é importante que não nos achemos em rebelião contra os propósitos do Senhor: os quais certamente serão realizados, e nos arrebentaremos se tentarmos resistir a eles. Mas uma coisa é conhecer a vontade de Deus, e outra bem diferente é fazer Sua vontade; é aí que entra a responsabilidade humana, e certamente cremos nisso, porém isso não é a mesma coisa como “livre arbítrio”, embora isso seja o que muitos querem dizer quando falam de “livre arbítrio”. Se um homem se perde, ele é o único responsável, pois João 5:40 diz literalmente: “E não quereis vir a mim para terdes vida”. Se alguém é salvo, é porque Deus primeiramente trabalhou nele tanto o querer como o efetuar, para com isso realizar Seus propósitos soberanos, que são salvar um número definido — aqueles aos quais Ele deu a Cristo na aliança da redenção, para que Ele lhes desse vida (João 17:2,6,8 9) — e Ele realmente salvará cada um desses, mas nenhum a mais do que esses (João 6:37,44).

Não é pois necessário dizer que eu não sou um batista do “livre arbítrio”, mas sou um batista da “graça soberana”, pois creio com Charles Spurgeon que “Afirmamos que o plano inteiro da salvação, do começo ao fim, em toda maneira depende da vontade absoluta de Deus, e não da vontade da criatura” (Metropolitan Tabernacle Pulpit [Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], Vol. 8, p. 183. Pilgrim Publications, Pasadena, Texas, 1971).

Muitas vezes ouvimos pessoas resumirem sua teologia acerca da extensão da expiação dizendo: “Olha, creio no ‘Qualquer um que quer’”. Ao que dizemos um forte “AMÉM!” Mas isso não toca o problema real do assunto. Não há dúvida alguma de que só “quem quer que creia” será salvo, pois a promessa de Deus o garante, mas as perguntas são: “Por si mesmo o homem tem condições de querer?” “Como é que um homem consegue querer crer que ele pode ser salvo?” Só um ateu ou agnóstico total negaria que quem quer que creia será salvo, pois tal negação repudia as promessas de Deus. O problema do homem nunca foi se ele será salvo se ele crer em Cristo, mas seu problema sempre foi que por natureza ele não tem disposição de crer.

Há cinco palavras e frase gregas que são traduzidas “quem quer que”, mas a que se acha em João 3:15,16 é a mais comum, e é mais comumente traduzida “cada um”, “todos”, mas sempre com uma limitação que se diz ou indica claramente. Se tão somente considerarmos o que as Escrituras têm a dizer acerca do estado natural da vontade do homem, veremos que o homem não consegue “querer” ser salvo sem a graça divinamente gravada de Deus, que muda a natureza do homem, regenerando-o, e tornando-o disposto no dia em que o poder de Deus for exercido nele (Salmo 110:3; João 6:63; Efésios 2:4 10). Que o leitor consulte as Escrituras seguintes, e ele verá que não só a vontade do homem está em escravidão a Satanás, mas também que ele é totalmente depravado, sem nada bom em si, e ele também não tem a capacidade ou o desejo de saber ou fazer a vontade de Deus (2 Timóteo 2:25 26; Romanos 3:9-12; 1 Coríntios 2:14; Romanos 8:7 8). Com esses pensamentos em mente, gostaríamos de considerar o assunto da vontade do homem, e o examinaremos a partir de três ângulos.

I. A FALÁCIA DO LIVRE ARBÍTRIO.

Geralmente se aceita como verdade óbvia que o homem possui o “livre arbítrio” e negar isso é arriscar ser designado de “casca-dura”, mas jamais aplicou-se esse termo a alguma pessoa originalmente por causa de suas convicções doutrinárias, pois quando esse termo começou a ser usado, tanto aqueles que eram chamados de “cascas-duras” quanto aqueles que não geralmente eram fiéis ao mesmo calvinismo rígido que nega que o homem tenha o “livre arbítrio”. Os cascas-duras eram historicamente contra as missões e contra os esforços, e o fato de que eles eram calvinistas era questão secundária, pois naquela época todos os batistas sólidos eram calvinistas. Portanto, é uma difamação do pior tipo chamar um homem de casca-dura só porque ele adere à teologia calvinista.

O homem não tem o “livre arbítrio”, se com isso se quer dizer que o homem naturalmente, em si e por si mesmo, tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Essa verdade é óbvia a partir do próprio fato de que nenhuma única pessoa em toda a história do mundo chegou a se salvar sem a graça divina. Deus sempre teve de iniciar e completar a salvação para o homem. Não só o homem não tem a capacidade de se salvar sem a graça divina, mas até depois que ele é salvo, é necessária a graça divina para mantê-lo naquele estado de salvação; mas pela graça divina, todas as pessoas salvas se perderiam novamente antes que tivessem sido crentes por um único dia inteiro.

Ao dizer que o homem não tem livre arbítrio, não queremos dizer que o homem não é responsável por seu pecado; o homem é totalmente responsável, pois ele é um pecador não só por natureza, mas também por escolha. O fato de que todos os homens voluntariamente escolhem continuar no pecado mostra que eles não têm disposição e condição de exercer qualquer vontade para o bem. Com sua queda no Éden, o homem se tornou pecador; ele cometeu suicídio moral e espiritual. Pode-se ilustrar desse jeito: um homem entra no elevador do edifício mais elevado na cidade. Ele tem a liberdade de vontade de fazer isso. Ele vai até à cobertura e ali sai do elevador. Ele tem a liberdade de vontade de fazer isso. Em seguida, ele vai até a beira da cobertura e pula. Ele também tem a liberdade de vontade de fazer isso. Mas ao pular, ele entregou-se a uma condição da qual ele não tem a liberdade de vontade de escapar, mas está condenado à destruição, a menos que alguma força fora de si o resgate. Assim era com o homem: com sua rebelião no Éden, Adão cometeu suicídio moral e espiritual por si e por toda a sua posteridade; e só uma força externa poderá resgatar da destruição qualquer membro da raça caída de Adão.

Ao negar o livre arbítrio, não queremos com isso negar a realidade de que todo homem é agente livre. Contudo, ele é livre apenas dentro da esfera de sua vida natural, que é uma esfera de morte espiritual, e assim de incapacidade espiritual. Ele é um filho da desobediência e ira, sob o controle completo do príncipe deste mundo (Efésios 2:1 3). O fato de que o homem é um agente livre é limitado apenas pela natureza do homem; ele é livre de qualquer coerção externa para pecar. Satanás pode tentá-lo, mas é sempre o próprio homem que cede a essa tentação e pecados. Ele assim peca livremente quando peca, pois está dentro de sua natureza pecar. T. P. Simmons diz acerca do homem natural como um agente livre:

O homem não pode fazer outra coisa do que continuar no pecado enquanto estiver em sua condição natural (Jeremias 17:9; Provérbios 4:23; Jó 14:4; Jeremias 13:23; João 6:65; Romanos 8:7,8; 1 Coríntios 2:14). Mas sua permanência no pecado não é devido a coerção ou controle externo, mas a seu próprio caráter que faz com que ele escolha as trevas ao invés da luz (João 3:19). Ele continua no pecado pela mesma razão que um porco rola na lama. Ele continua no pecado pela mesma razão que Deus continua na santidade. Assim ele é inteiramente um agente livre. — System-atic Study of Bible Doctrine (Estudo Sistemático da Doutrina da Bíblia), p. 185. Associated Publishers, Daytona Beach, Florida, 1969.

Entretanto, o homem não pode livremente se arrepender e confiar em Cristo, porque não está dentro de sua natureza agir dessa forma; ele tem condições de agir assim apenas pela graça de Deus. É por isso que negamos o “livre arbítrio”; veio a significar, para um grande número de mentes, que um homem tem a livre capacidade em e por si mesmo de se arrepender e se voltar para Deus em fé; isso as Escrituras negam enfaticamente em muitos lugares. Sustentar o “livre arbítrio” no sentido que muitos fazem é sustentar que um homem tem a capacidade de agir de modo contrário à sua natureza e a disposição dominante de sua alma, e isso não é verdade. Há só um jeito de transcender à natureza, e é pela graça de Deus, e então é contrário à natureza. Portanto, a natureza não tem direito à sua realização. Ao falar desse assunto, E. Y. Mullins bem diz:

A liberdade no homem não implica isenção da operação de influências, motivos, hereditariedade e ambiente. Significa em vez disso que o homem não está debaixo de coerção. Suas ações são no último caso determinadas de dentro. É ele mesmo quem determina tudo o que faz. Alguns sustentam que a liberdade no homem significa a capacidade de transcender a si mesmo e agir de modo contrário à seu caráter. A vontade é assim considerada não como uma expressão do que o homem é em seu caráter essencial. É livre no sentido de ser capaz de escolhas que não tenham relação com escolhas passadas, características adquiridas e tendências hereditárias. Essa é uma perspectiva de liberdade que não dá para defender. Faz da vontade uma mera ligação externa com a natureza do homem, em vez de uma expressão disso. A liberdade exclui a imposição que vem de fora. Exclui também mero capricho e arbitrariedade. Liberdade é autodeterminação. Os atos de um ser livre são seus próprios atos. — The Christian Re¬ligion In Its Doctrinal Expression (A Religião Cristã em Sua Expressão Doutrinária), pp. 258 259. Judson Press, Philadel¬phia, 1932.

Essa idéia errada de que o homem tem um “livre arbítrio” pelo qual ele pode transcender a si mesmo e agir de forma contrária à sua natureza e à disposição dominante de sua alma é a perspectiva do arminianismo, socinianismo e da teologia moderna de nossa época, e, infelizmente, se infiltrou na teologia de muitos batistas de nossos dias também. Há a necessidade de uma volta à teologia batista mais antiga e sã, do passado.

Dá-se hoje muita ênfase no fato suposto do livre arbítrio do homem, e muitos sustentam que ninguém — nem mesmo Deus — pode anular a vontade do homem. Mas veremos a falácia disso ao considerar cuidadosamente os fatos seguintes, que revelam que a vontade do homem não é tão livre quanto ele supõe.

1. A vontade do homem não é livre em seu nascimento, pois ninguém escolhe nascer, nem ninguém tem a liberdade de escolher em que lar, nação, condição social ou outras circunstâncias nascerá. Deus soberanamente determina de antemão sem ao menos dizer “com licença”, quando, onde e sobre quais circunstâncias cada um de nós nascerá.

2. A vontade do homem não é livre no que se refere à sua saúde, pois ninguém chegaria a escolher ficar doente, e se alguém tivesse a escolha da doença que ele tivesse de contrair, se ele tivesse de ter uma, muitas doenças logo sumiriam da face da terra, mas há um grande número de diferentes doenças às quais o homem está sujeito, e muitas pessoas, apesar da maior assistência de saúde, ainda contraem doenças e sofrem e morrem por causa delas.

3. A vontade do homem não é livre no que se refere a acidentes, pois muitos acidentes — às vezes até mesmo acidentes fatais — acontecem mesmo com as pessoas mais cuidadosas. Muitas vezes esses acidentes são de natureza tão esquisita que só dá para explicá-los pela vontade de Deus sendo a sua causa.

4. A vontade do homem não é livre com relação às circunstâncias da vida, pois muitas pessoas sofrem frustrações em suas ambições e planos; poderíamos entender como Deus poderia frustrar os planos de homens malignos como Adolf Hitler, mas muitas vezes Deus frustra os planos de pessoas piedosas quando seus planos são certos e bons, mas Ele age dessa forma de modo que Seus próprios propósitos venham a se cumprir.

5. A vontade do homem não é livre com relação à sua capacidade intelectual, pois todos os homens gostariam de ser gigantes intelectuais, mas nenhum homem consegue ir além da capacidade mental que Deus lhe deu em seu nascimento. Uma limitação natural da vontade do homem é tanto uma limitação quanto qualquer outra, e dá para se atribuir essa limitação diretamente ao Deus da natureza.

6. A vontade do homem não é suprema na aquisição de posses materiais, pois é uma coisa bem rara achar alguém que seja pobre por escolha. É fácil suficiente planejar ser um pobre e ter sucesso, se alguém com tal desejo peculiar se achar, porém o mundo está cheio de pretendentes a milionário que foram impedidos de ficar ricos porque Deus não lhes concedeu o poder de obter riquezas (Deuteronômio 8:18; Lucas 12:16 21). Muitas vezes os empreendimentos comerciais mais cuidadosamente planejados se tornam fiascos financeiros.

7. A vontade do homem não é livre em sua relação com seus semelhantes, pois muitas vezes são passadas leis que restringem a vontade do indivíduo. Não só isso, mas sabe-se bem que um homem pode muitas vezes anular e forçar a vontade de outro; aliás, alguém que tenha algum conhecimento de psicologia pode manipular as pessoas a fazer inconscientemente a sua vontade. Os pais muitas vezes agem assim com os filhos, e às vezes os filhos usam psicologia com seus pais; e a capacidade de a esposa “de ter o marido na palma da mão” quase que virou provérbio.

8. A vontade do homem como ser natural, sem a graça de Deus, não é livre, pois as Escrituras expressamente declaram que o homem natural é tomado cativo pelo diabo “à sua vontade” (2 Timóteo 2:26), de modo que é tão absurdo um homem se gabar de seu livre arbítrio, quando o diabo o toma cativo a qualquer momento que quiser, como era para os judeus se gabarem de que nunca estiveram em escravidão a nenhum homem, enquanto ao mesmo tempo estavam debaixo do jugo dos romanos (João 8:33). Mas nosso Senhor mostrou no versículo 34 que o pecador, tão longe de ter o livre arbítrio, está numa escravidão ainda maior — a escravidão ao pecado, pois o “servo” é literalmente “escravo”.

9. A vontade do homem não é livre na questão da salvação, pois ele não pode se salvar a qualquer momento que quiser, conforme ensinam João 1:13; Tiago 1:18; João 6:44 e outras passagens. Não só isso, mas se a vontade do homem fosse tão livre como ele gosta de se gabar, então ele poderia se salvar, não só a qualquer momento que quisesse, mas também sob quaisquer circunstâncias, e até mesmo sem ajuda alguma, do Senhor.

10. A vontade do homem não é livre nem mesmo como cristão, pois de todas as pessoas, a vontade do crente é sempre sujeita à vontade de Deus. Veja Atos 16:6-10. Não só isso, mas de acordo com Gálatas 5:17, a natureza carnal ainda exerce tal força no crente que ele está numa situação “para que não façais o que quereis”. A natureza má da carne é uma força potente, até mesmo impedindo a vontade renovada de funcionar conforme deseja funcionar.

11. A vontade do homem não é livre com relação à morte, pois poucos chegam a ter permissão de escolher a hora de sua morte, e muitos que querem se matar são frustrados em suas tentativas de tirar a própria vida, e eles continuam vivendo, regozijando-se de que foram impedidos em sua tentativa de se matar. “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para retê-lo; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte”. (Eclesiastes 8:8)

Se não houvesse nenhuma outra prova da falácia do livre arbítrio além da declaração de 2 Timóteo 2:25-26, essa passagem seria suficiente para eliminar essa idéia completamente, pois esse texto declara: “Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos”. Se considerarmos esses versículos na ordem inversa em que estão, veremos as coisas seguintes: (1) O homem natural é levado cativo à vontade do diabo, e daí o homem só é tão livre quanto o diabo escolhe permitir que ele fosse, e o diabo certamente jamais permitiria que alguma pessoa quisesse se salvar se ele pudesse impedir isso. (2) O homem natural não tem consciência dessa escravidão ao diabo, mas essa inconsciência é por escolha própria, pois a palavra “despertar” significa despertar de um torpor de embriaguez. Assim, o homem age livremente no pecado, embora ele esteja inconscientemente em escravidão ao diabo. (3) A única esperança de escapatória está não no homem querendo se soltar do poder do diabo, mas no ato de Deus lhe dar arrependimento, e isso Ele faz, usando a Palavra como o instrumento de instrução e conversão. Deus é sempre o lado ativo na salvação do homem, e há muitos textos que declaram que tanto o arrependimento quanto a fé são dons de Deus, operados no homem. Assim a Confissão de Fé Batista Ortodoxa declara sob o Artigo 8:

Cremos que o arrependimento e a fé são pré-requisitos sérios e inseparáveis da salvação; que são graças inseparáveis operadas no coração pelo Espírito Santo vivificador; que o pecador de fora, estando profundamente convencido de pecado, de justiça e de juízo mediante o ministério pessoal do Espírito Santo, e mediante a iluminação dEle no entendimento humano de modo que o homem possa ver o caminho da salvação por meio de Cristo, possa realmente se arrepender, voltando-se para Deus com contrição, confissão e súplica sincera, e possa realmente crer, entregando-se de todo o coração ao Senhor Jesus, imediatamente recebendo-O como Salvador pessoal e completamente suficiente e confessando-O publicamente diante de todos os homens. — publicado pela Primeira Igreja Batista Ortodoxa, Ardmore, Oklahoma, 1965.

Vê-se também a falácia de se pensar que a vontade do homem é livre nas declarações divinas acerca da soberania absoluta de Deus. Deus faz pelo homem o que o homem não pode fazer por si, e assim vemos declarações mostrando que a vontade de Deus é a força motriz em: (1) O NOVO NASCIMENTO: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”. (Tiago 1:18; veja também João 1:13) (2) A SANTIFICAÇÃO DOS QUE NASCERAM DE NOVO: “Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”. (Hebreus 10:10) (3) PREDESTINAÇÃO: “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,... Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. (Efésios 1:5,11) (4) REVELAÇÃO: “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo”. (Efésios 1:9) (5) FÉ: “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. (João 6:29; veja também Atos 13:48s) (6) A SEGURANÇA DOS SALVOS: “Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca”. (Mateus 18:14) “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia”. (João 6:39) (7) LIVRAMENTO DESTE PRESENTE MUNDO MAU: “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai”. (Gálatas 1:4) (8) A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. (2 Pedro 1:21) (9) A NOMEAÇÃO PARA CARGOS: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”. (Efésios 1:1) (10) A CONCESSÃO DE DONS ESPIRITUAIS (1 Coríntios 12:11).

O homem orgulhoso gostaria de pensar que ele é, como escreveu William Ernest Henley em seu poema “Invictus”, “mestre de meu destino, e capitão de minha alma”, mas tanto as Escrituras quanto a História abundam de exemplos de homens cuja tentativa de controlar seus próprios destinos resultaram apenas na destruição eterna de suas almas. Qualquer que seja o bem que já se tenha achado em algum homem não é o resultado de algum “livre arbítrio” nele, mas é diretamente atribuível à providência e provisão de Deus (veja Tiago 1:17).

Ora, é evidente que de um coração totalmente depravado não podem preceder ações e afeições puras. Conseqüentemente, tudo o que for de santidade que houver em algum ser humano, tem de proceder do Espírito de Deus… Como Deus exerce na mente humana uma influência santificadora e controladora sem interferir na livre agência e prestação de contas, não podemos explicar; mas que ele assim age, é óbvio demais para se contestar. — N.L. Rice, God Sovereign And Man Free (Deus Soberano e Homem Livre), p. 29. Presbyterian Board of Publication, Philadelphia, 1850.



II. O ALICERCE DO LIVRE ARBÍTRIO.

A idéia implícita do que geralmente se designa “livre arbítrio” é bem lisonjeira para a natureza carnal do homem, e é necessária alguma graça e renúncia para que se aceite alguma outra perspectiva, mas o que geralmente se quer dizer com “livre arbítrio” se baseia em algum alicerce estragado e algumas idéias não bíblicas. Primeira, baseia-se na idéia da autossuficiência humana e dependência em si, que nega descaradamente a doutrina da depravação total do homem; é impossível sistematicamente sustentar ambas as doutrinas, pois elas se contradizem. Se um homem é totalmente depravado, conforme ensinam as Escrituras, e como há muito sustentam os batistas, então não há nada no homem que seria aceitável a Deus, e ele não poderia realizar nenhum ato espiritual que seria agradável a Deus.

Romanos 3:9 12 mostra que a depravação se estende à raça humana inteira: “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. Essa passagem inteira nega que o homem tenha alguma capacidade ou desejo espiritual; denuncia a pecaminosidade do homem das seguintes maneiras (note como essa passagem também mostra que a natureza toda do homem é depravada): (1) Já que todos os homens sem exceção são mencionados no versículos 10, mostra que a natureza do homem é completamente má, pois ninguém fica isento. (2) As faculdades mentais são mencionadas no versículo 11, e se mostra que não há desejo de se aprender de, nem buscar a Deus. (3) Consequentemente, as obras são totalmente más, e mostra-se que todos os homens estão vivendo em rebelião contra a vontade de Deus (versículo 12). (4) Perverteu-se e depravou-se até mesmo a fala do homem natural (versículos 13 14). Esse é o índice do coração de acordo com o ensino de Jesus em Mateus 12:34 37. (5) O mal também caracteriza os pés e a caminhada diária do homem natural (versículos 15 16.) (6) Finalmente, a perspectiva inteira deles, representada pelos olhos deles, é uma perspectiva de ignorância e indiferença voluntária acerca da verdade espiritual (versículos 17 18). Aí se vê um quadro trágico, porém verdadeiro, da humanidade em seu estado natural; é difícil imaginar uma declaração mais forte acerca da depravação do homem do que essa. Quem poderá ver algum bem baseado no homem aqui?

Romanos 7:18 da mesma forma mostra que essa depravação é total no homem natural: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem”. Paulo falou isso como um cristão, que possuía duas naturezas que estavam em guerra constante uma com a outra: mas o homem natural não tem uma natureza espiritual regenerada para resistir à carne; ele é um homem totalmente carnal, sob a dominação dessa natureza carnal, em que Paulo declara “não habita (literalmente, ‘não está em casa’) bem algum”, mas que está num contínuo estado de rebelião deliberada contra a vontade de Deus. A vontade do homem se inclina apenas numa direção — longe de Deus e para o pecado. Se João 15:5s é verdadeiro para os crentes — “sem mim nada podeis fazer” — quanto mais então é verdade acerca do homem natural que não tem nenhuma natureza espiritual para lutar contra a carne?

Segunda, a idéia de um livre arbítrio no homem se baseia numa negação da queda do homem no Éden, ou então sustenta que a queda foi apenas uma ferida menor e passageira que não tinha importância. Charles Spurgeon com justiça diz:

Qualquer um que crê que a vontade do homem é inteiramente livre, que ele pode se salvar por sua própria vontade não crê na queda. Conforme lhes digo às vezes, poucos pregadores cristãos realmente creem em toda a doutrina da queda, ou então acham que quando Adão caiu ele quebrou o dedinho, e não quebrou o pescoço e arruinou sua raça. Amados, a queda arrebentou o homem por completo. Não deixou capacidade alguma intacta; tudo foi aniquilado, corrompido e manchado; como algum templo muito imponente, as colunas poderiam ali estar, a arquitetura, as pilastras poderiam ali estar; mas tudo estava em pedaços, embora algumas coisas ainda tenham muito de sua forma e posição. — The New Park Street Pulpit (O Novo Púlpito da Rua Parque), Vol. I, p. 401. Zondervan Publishing House, Grand Rapids, Michigan, 1963.

Um número grande de pessoas hoje tem uma idéia bem vaga de tudo o que ocorreu quando Adão pecou no jardim; elas parecem ter a idéia de que na queda Adão não sofreu nada mais do que o incômodo de uma pele solta na raiz da unha, e que mesmo isso ele não passou para sua posteridade. Mas isso é um grande engano. Quando Adão pecou, ele assim agiu como cabeça da aliança de todos os seus descendentes, e sua rebelião era deles, e assim a morte prometida sobreveio a todos os descendentes de Adão: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. (Romanos 5:12) Em sua constituição original, Adão possuía “livre arbítrio” no sentido mais pleno da palavra, mas com seu pecado ele acabou possuindo uma natureza caída e totalmente depravada, e foi isso o que ele passou para seus descendentes por reprodução natural, bem como a maldição acompanhante da lei quebrada, de modo que todo descendente do Adão caído possui a mesma natureza apóstata e caída que ele tinha depois da sua queda. Cremos que é por isso que quase todo modernista nega o relato de Gênesis acerca da criação e queda: em seu orgulho carnal, eles não estão dispostos a admitir um estado de existência que está além da capacidade de o homem natural remediar para si, e assim o modernista mistura o mal de sua natureza negando a realidade da queda. Ao descrever a apostasia de nossos primeiros pais, o Dr. S. J. Baird bem descreve o homem moderno também. Ele diz:

Daí, o próprio ato da apostasia — e essa é a própria essência do pecado — é tal desvio de Deus a ponto de constituir, em si, a suposição de uma atitude hostil, a aceitação da aversão a ele, e a submissão de todas as faculdades a essa tendência hostil. E, já que essa influência estranha abrange todas as faculdades, é evidente que não há, no apóstata, nada que se possa estabelecer a possibilidade da sua volta sem ajuda; mas, pelo contrário, a aversão levará continuamente o ser a distanciar-se mais de Deus, e ampliar eternamente o abismo entre eles. — The Elo¬him Revealed (A Revelação de Elohim), p. 396. Lindsay and Blakiston, Philadelphia„ 1860.

Com seu pecado, o homem se tornou totalmente um homem carnal, e “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7-8), de modo que com a queda do homem no Éden, o homem ficou incapacitado de querer e fazer o que é certo, e aqueles que sustentam que ele pode, se colocam contra a doutrina da queda. Veja mais no capítulo “Os Frutos da Queda do Homem”.

A idéia de que o homem tem livre arbítrio também se baseia no autoengano, pois o homem não tem disposição de crer que ele é tão ruim espiritualmente quanto ele é, mas ele acha que ele tem a capacidade de remediar seu próprio caso. O homem natural é como uma pessoa que tem câncer, e é informado pelo médico de que só a realização de uma cirurgia médica imediata pode dar alguma esperança de vida, mas que firmemente recusa o diagnóstico do médico, e pensa que tomando aspirina e matando a dor que ele logo será curado da doença. Sabemos que o resultado de tal tolice seria uma morte certa e bem dolorosa; mas a condição do homem natural é ainda mais séria, a cura é ainda mais certa, e os resultados de não se receber o diagnóstico do Grande Médico são ainda mais horrendos. Contudo, o homem natural engana-se a si mesmo ao pensar que pode cuidar de seus próprios problemas sem nenhuma ajuda de Deus, pois ele se bajula de que ele tem “livre arbítrio”, e que isso é suficiente para chegar ao céu. Afinal, ele raciocina, não é simplesmente uma questão de ter disposição de crer que Jesus morreu e que Ele receberá todos os que aprovarem esse fato? Infelizmente, muitos pregadores incentivam os homens nesse assunto lhes dizendo que eles só precisam mudar de idéia e querer que seja conforme desejam que seja, e será. A. W. Pink diz:

O assunto de sua impotência moral está longe de ser um assunto agradável para o homem natural. Ele quer que lhe digam que tudo o que ele precisa fazer é esforçar-se, que a salvação está ao alcance do poder de sua vontade, que é ele quem determina seu próprio destino. O orgulho, que de modo bem forte não gosta de estar em dívida para com a graça soberana de Deus, se levanta contra isso. A autoestima, com sua radical antipatia a tudo o que deixa a criatura no pó, se ressente ardentemente do que é tão humilhante. Consequentemente, essa verdade é abertamente rejeitada ou, se for aparentemente recebida, acaba sendo utilizada de modo errado. — Gleanings From The Scriptures: Man’s Total Depravity (Coletâneas das Escrituras: A Depravação Total do Homem), p. 216. Moody Press, Chicago, 1969.

Assim, o alicerce dessa idéia de livre arbítrio também está numa tendência forte de se crer na salvação em si mesmo — que alguém pode crer e receber Cristo a qualquer momento. O erro nessa idéia está numa perspectiva errônea acerca do que as Escrituras querem dizer quando se referem à atitude de crer em Cristo ou recebê-Lo. Vivemos numa época que se caracteriza por uma teologia de “fé fácil”; os homens substituíram uma fé intelectual — uma mera crença sobre Cristo, uma mera aceitação religiosa dEle — para uma crença do coração que toca o homem inteiro, e que resulta numa completa confiança em Cristo para se obter a salvação eterna. É possível perder a salvação por 45 cm — a distância da cabeça ao coração. Qualquer um pode crer acerca de Cristo e pode concordar com uma declaração bíblica ou religiosa sobre Cristo, mas isso não é a fé que salva. Qualquer um pode professar publicamente ter recebido Cristo como Salvador, mas isso não significa que tal profissão corresponde à realidade. Só Deus pode dar aos homens a capacidade e autoridade para se tornarem filhos de Deus, e Ele dá isso apenas àqueles que creem em Jesus (João 1:12). Há um mundo de diferença entre crer em Cristo, crer acerca de Cristo e crer no Cristo. O último ato de fé envolve uma confiança e dependência que desvia a atenção de tudo o mais, e que olha só para Cristo, e ninguém tem esse tipo de fé enquanto confia também na água, obras, valor, vontade ou qualquer outra coisa mais que tenha origem no homem e que ele esteja em condições de fazer.

Jonas disse “Do SENHOR vem a salvação” (Jonas 2:9), e essa declaração é o ensino sistemático das Escrituras, e jamais há nem mesmo uma simples sugestão de que o homem tem qualquer coisa a ver com a salvação espiritual de sua alma; raramente, ele é admoestado a se salvar, mas isso sempre se refere a um mero livramento físico ou moral. Por outro lado, a regeneração do homem é sempre mencionada como sendo obra de Deus, em que o homem é passivo até que o Espírito o avive, após o que ele manifesta esse fato pela fé.



III. O DEFEITO DO LIVRE ARBÍTRIO.

O primeiro defeito, que está na raiz de muitos outros, é que essa teoria recusa reconhecer que o homem está em escravidão total ao pecado. Escute a declaração de Paulo em Romanos 7:18-21: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo”. Se essa incapacidade está no crente, então quanto mais é verdade acerca do homem natural que não tem nenhuma natureza espiritual ao seu redor? O grande defeito dessa teoria da vontade do homem é que antes que ela declare a suposta capacidade do homem de fazer atos espirituais e boas obras, rebaixa o padrão divino à capacidade do homem natural. Como bem disse alguém: “Posso pular da torre de qualquer igreja, contanto que me deixem estabelecer a altura dessa torre”.

O homem originalmente tinha uma liberdade perfeita da vontade antes da queda, e o homem justificado a terá de novo depois que tiver sido glorificado, mas atualmente ele não tem isso. E. G. Robinson descreve esse estado ideal da seguinte maneira:

Ainda resta considerar o último e mais profundo sentido que foi colado à frase, Liberdade da Vontade. Essa frase expressa a idéia do homem como um ser idealmente perfeito, em quem todas as funções de sua natureza estão em acordo absoluto. O que sua vontade exige, todas as faculdades mais elevadas de sua natureza aprovam; e o que essas faculdades mais elevadas mandam, sua vontade espontaneamente elege. Ele instintivamente escolhe o bem, e sua natureza inteira conspira para realizar sua escolha. Tal homem é que possui a liberdade verdadeira — liberdade que é a diferença mais nobre e a glória coroadora de uma existência pessoal; e tal é a liberdade, a liberdade de uma natureza perfeitamente bem equilibrada, que deve se supor que o homem caído e ideal tenha possuído. Mas desse estado original tanto a consciência quanto as Escrituras agora declaram que o homem tem caído profundamente (João 8:34; Romanos 3:11 18; 6:16; 7:14; Efésios 2:2,3). Seu ser moral está num estado de anarquia; suas afeições se corromperam; seu entendimento se escureceu; sua vontade se rebela contra as faculdades mais elevadas de sua alma; ele está em escravidão ao espírito do mal que usurpou o controle dele. — Christian Theology (Teologia Cristã), pp. 134 135. Press. of E. R. Andrews, Roch¬ester, N. Y., 1894.

Esse estado horrendo do homem caído vem declarado em Efésios 2:1 3: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”. Esse texto mostra que a condição verdadeira do homem natural é: (1) Espiritualmente morto em ofensas e pecados. (2) Andando em harmonia com o mundo e com o diabo. (3) Um estado de desobediência. (4) Um andar que se caracteriza pelos desejos da carne, que é simplesmente um cumprimento das “vontades” da carne e da mente. Esse texto mostra com clareza que a inclinação da vontade do homem não regenerado é totalmente para com o mal; e é essa vontade que é tão exaltada hoje — e da qual se gabam — como “livre”.

A mesma idéia é apresentada em 1 Pedro 4:3: “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias”. Sempre se vê a vontade que não foi regenerada como má em suas tendências, e o leitor é desafiado a apresentar um único exemplo em que a vontade do homem natural e não regenerado chega a ser vista como capaz de um único ato verdadeiramente bom ou espiritual sem a capacitação divina.

Um segundo defeito dessa perspectiva acerca da vontade do homem é que sempre deixa de glorificar a Deus, mas sempre põe a glória na suposta capacidade do homem; isso é inteiramente natural, pois se o homem por natureza tem essa capacidade de se arrepender e crer a qualquer momento sem a ajuda da graça divina, então Deus não merece louvor além do que é dado pela Sua criação do homem. Contudo, lemos em Isaías 42:8, e o contexto mostra que é em referência à obra redentiva de Jesus, que: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”. Daí, o Senhor nega que alguma outra pessoa tenha parte na salvação, pois Ele afirma todo o louvor, que não seria o caso se o “livre arbítrio” do homem entrasse na questão. Deus criou todas as coisas para Sua própria glória (Apocalipse 4:11), mas essa glória Lhe foi roubada em grande parte por aqueles que exaltam suas próprias capacidades, e confiam em sua própria vontade para colocá-los numa relação certa com o Senhor.

Outro defeito da crença no livre arbítrio é sua tendência de produzir outras crenças piores, tais como: (1) Adiamento. Por causa de sua crença em seu próprio livre arbítrio, muitas pessoas ficam deixando para se arrepender e se submeter ao Senhor mais tarde, pois se possuíssem um livre arbítrio que lhes tornasse possível se voltarem para Deus a qualquer momento que quisessem, então mais tarde farão tão fácil o que poderiam fazer agora, e poderão aproveitar tudo o que o mundo lhes pode oferece no meio tempo. (2) A apostasia da alma é uma doutrina gêmea da doutrina do livre arbítrio, pois se sustenta que se alguém pode se voltar para Deus a qualquer momento pelo mero exercício da vontade, então ele poderá também se desviar de Deus e se perder de novo a qualquer momento. A conclusão disso é lógica, mas é incorreta, pois ambas as idéias se baseiam num alicerce errado. (3) O tempo testou bastante essa teoria, e o resultado de se sustentá-la é quase sempre que leva ao socinianismo, pelagianismo ou unitarianismo. O arminianismo é mau o suficiente, mas essas outras teorias são venenos estritamente espirituais que condenam a alma de todos os que as sustentam. Tudo o que é preciso fazer é olhar para os batistas gerais ingleses, e para alguns batistas da Nova Inglaterra, ambos dos quais sustentavam essa teoria da vontade, e se verá que esse quase foi, sem variar, o resultado: ambos foram dominados por outras crenças e logo perderam completamente sua identidade como batistas. Por outro lado, os batistas particulares, que jamais sustentaram a liberdade da vontade nunca tiveram problemas com deserções consideráveis ao socinianismo, pelagianismo ou unitarismo.



CONCLUSÃO.

Sentimos que temos de rejeitar essa perspectiva geral do livre arbítrio, pois a vontade do homem natural, sendo totalmente depravada e pervertida, não pode e não deseja fazer a vontade de Deus em nada. Pelo contrário, a mente do homem natural é “inimizade com Deus”, e como então poderia sua vontade chegar a ficar em harmonia com a vontade de Deus? Por experiência, o crente se sente compelido a confessar que ele não pode fazer as coisas que sua natureza espiritual deseja fazer, pois a vontade da carne é ainda uma força potente.

E daí? Como é que o homem pode ser resgatado desse dilema? Ele tem de reconhecer que apenas pela infusão de um novo princípio nele — sendo vivificado e regenerado pelo Espírito Santo — ele poderá ser ajustado para fazer a vontade de Deus. Sem a graça de Deus, não podemos fazer nada de bom ou certo, mas com a graça de Deus operando em nós, tanto quereremos quanto faremos a Sua vontade. Estaremos realmente dispostos no dia em que Ele exercer Seu poder em nós (Salmo 110:3). Temos de prestar contas pelo uso dos meios de graça que nos foram dados, pois ao ouvir da leitura e pregação da Palavra, a fé é instilada nos homens, e eles são santificados e ajustados para o uso do Mestre. Fomos todos criados para a glória de Deus, não para a nossa própria glória, e só teremos alegria e contentamento depois que alcançarmos o propósito para o qual fomos criados. Por causa das atitudes graciosas de Deus para com os filhos dos homens, ocupamos uma posição gloriosa como filhos de Deus que nasceram de novo. Temos de glorificar a Deus por Sua graça que nos coloca em tal posição exaltada.