LEI OU GRAÇA?
A ordem dada pelo Espírito Santo na dispensação da GRAÇA como sacerdotes que somos, quanto ao contribuir é: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co 9.7).
Isso quer dizer que não há limites para contribuição na GRAÇA. Veja o que o Espírito Santo diz: …”Contribua segundo propôs no seu coração”…, isto pode ir de 0%a 100% quem irá propôr no seu coração é o Espírito da GRAÇA, uma vez que ele habita em cada um dos sacerdotes nesta dispensação.
Depois ele prossegue: … “não com tristeza, nem constrangimento“…, ou seja, você não deve contribuir levado pelo sentimento e emoção da carne, nem pela aparência, coagido pelo medo, sem vontade, levado pelos outros, ou quando pregadores fizerem uso de textos bíblicos para atingir certos objetivos, chegando até a determinar a quantidade. Espere o Espírito propôr no seu coração, isto levará você a dar com alegria, ele colocará no Seu coração: o quanto, o quando, o onde e a quem você deve dar. Porque na verdade, enquanto o nosso sentimento quanto à contribuição não fôr aquele que se baseia na gratidão e no reconhecimento, não haverá aprovação de Deus em nada que realizarmos em seu nome. Lembrando sempre: Deus primeiro aceita o homem para depois aceitar a sua contribuição. Então, passaremos a contribuir em amor e graça, ou melhor, contribuir sem pensar que deveria contribuir, ou com medo de não estar contribuindo o que deveria contribuir, agradecendo sempre, ao nosso eterno e sumo sacerdote, e verdadeiro Deus, o Soberano Senhor Jesus.
Versículos mal interpretados quanto ao dízimo.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na LEI, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt 23.23).
Jesus aqui está falando para os fariseus daquela época que estavam debaixo da LEI, não para a IGREJA, que faz parte de uma nova aliança, a da GRAÇA. A prova deste fato é que a igreja nessa época ainda não havia sido formada, a não ser nos planos eternos de Deus (Ef 1.4). Ela estava tomando forma na pessoa bendita de Jesus aqui na terra. Até então, não havia igreja com fundamentos na GRAÇA. Para termos ideia, os primeiros cristãos em Jerusalém, faziam as coisas que os judeus faziam, era uma verdadeira mistura do judaísmo com o cristianismo. Foi quando no 70 da era de Cristo, Jerusalém foi destruída, e o apóstolo Paulo foi o escolhido, segundo a GRAÇA de Deus, não segundo a LEI, para lançar como sábio construtor, o fundamento da igreja entre os gentios. E ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto o qual é Jesus Cristo (I Co 3.10,11).
“E AQUI, certamente, recebem dízimos homens que morrem; ALÍ, porém, os recebem aqueles de quem se testifica que VIVE” (Hb 7.8).
… “AQUI certamente recebem dízimos“…
O único SISTEMA autorizado por Deus AQUI na terra para receber dízimos segundo as escrituras, foram os sacerdotes dentre os filhos de Levi, e assim mesmo, deixaram de existir. Como está escrito: “E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a LEI, de receberem os dízimos de seus irmãos, ainda que estes também tenham saído dos lombos de Abraão” (Hb 7.5).
Está bem claro, só os sacerdotes da tribo de Levi, segundo a LEI, (não segundo a GRAÇA) poderiam receber dízimos, exclusivamente, dos irmãos que não eram sacerdotes. Hoje, na GRAÇA, o SISTEMA quer estabelecer, sem respaldo bíblico nenhum, o que foi estabelecido pelo próprio Deus na LEI, coisa que é impossível, uma vez que nesta dispensação todos fomos feitos sacerdotes pelo próprio Senhor Jesus (Ap 1.6; II Pe 2.9; Ap 5.10).
É muito perigoso quando um SISTEMA não é ordenado por Deus, e se encontra à frente de um rebanho. Seria melhor, ir para um programa de televisão onde se faça tudo por dinheiro.
Pedro e Paulo nos advertem para tomarmos cuidado com este tipo de SISTEMA como está escrito: “E não é de admirar, porquanto o próprio satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (II Co 11.15).
“Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho” (At 20.29).
“Também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita” (II Pe 2.3).
. “Homens que morrem”…
Está claro, refere-se a estes sacerdotes da tribo de Levi que foram feitos em grandes números, porque pela morte foram impedidos de permanecer (Hb 7.23). “Foram”, está no passado, deixaram de existir.
“ALI, aquele que VIVE“
O autor da epístola aos hebreus aponta para Abraão ALI, na dispensação da promessa antes da LEI, quando deu odízimo àquele que VIVE, ou seja, a Melquisedeque (Gn 14.20), que era figura do sacerdócio eterno de Cristo, como está escrito: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. Porque dEle assim se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.3-7).
Diferença quanto à contribuição:
em Lei e em Graça.
SISTEMA NA LEI
O SISTEMA na LEI era uma organização, onde tinha por cabeça o homem, e era sustentado pelo dinheiro (Dízimo),uma obrigação exclusiva do povo judaico.
Finalidade:
a) Levar o dízimo a casa do tesouro.
b) Para não faltar mantimento.
c) Fazer prova do Senhor.
d) Abrir as janelas do céu.
e) Ser abençoados com abastância.
f) Repreender o devorador.
g) Para o devorador não tocá-lo.
h) O óleo para as candeias.
i) O incenso para o altar.
j) O pão da proposição.
l) Os animais para os sacrifícios diários.
m) O não cumprir viria a maldição.
Isto e outras coisas mais necessárias, só podiam ser obtidas pelo dinheiro (Dízimo). Aqui o SISTEMA se utiliza da LEI, porque vivia pelo que recebia e não pela fé, uma vez que nada havia sido conquistado por Cristo ainda, encontrava-se guardado debaixo da LEI, encerrado para aquela fé que se havia de revelar. Para que depois que viesse a fé, saísse debaixo da LEI, e fosse conduzido a Cristo (Gl 3.23,24).
O SISTEMA na GRAÇA é um organismo (I Co 12.12), onde tem por cabeça o SENHOR JESUS (Ef 1.22), e é sustentado pelo ESPÍRITO SANTO (At 9.31) (Rm 11.18).
São homens que querem fazer da GRAÇA de Deus fonte de renda, ou seja, tornarem-se ricos através do evangelho. Paulo então prossegue exortando a Timóteo:“Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição, porque o amor ao DINHEIRO é raiz de todos os males; e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6.9,10).
Paulo manda Timóteo fugir destas coisas e seguir a justiça, a GRAÇA, a fé, o amor, a constância, a mansidão (I Tm 6.11).
O SISTEMA da época de Jesus, já estava tão cego pelo DINHEIRO, que chegou ao ponto de dizer que a oferta era maior que o altar. E Jesus os repreendeu dizendo:“Cegos! pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?” (Mt 23.19).
Hoje, o SISTEMA organizado está tão cego quanto o poder econômico (Dízimo), e o poder político (posição), dentro da igreja, a ponto de perguntar: se não houve dízimos ou algum representante na política, quem sustentará e defenderá a igreja? Cegos! quem sustenta e defende a igreja: é o dízimo, o político ou o Espírito Santo?… “Não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rm 11.18).
Enfatiza o apóstolo: “Ó insensatos…! quem vos fascinou a vós outros, em ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Sois assim tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?” (Gl 3.1-3).
O que ocorre com o cristão quando dá o dízimo?
Paulo nos afirma dizendo: “Estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus Nosso Senhor” (Rm 8.38,39). Você observou a relação das coisas que Paulo nos afirma que não podem nos separar do Amor de Deus? Ao mesmo tempo, Paulo nos exorta em Gl 5.3,4 o que pode nos separar do verdadeiro conhecimento da GRAÇA, é quando você quer cumprir a LEI no lugar de Cristo para se tornar digno, (através do que você faz) da bênção de Deus, e isto é impossível porque a LEI durou 430 anos Deus provando ao homem que nenhum deles conseguiria cumprir. O único que cumpriu a LEI foi Cristo, para que através dEle, Deus agora pudesse nos abençoar. Se o próprio Deus decretou que a nossa salvação e bênção é através de Cristo, porque você quer conseguí-la através da LEI? Dá um tempo! Paulo confirma dizendo: “E de novo testifico a todo o homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a LEI.Separados estais de Cristo, vós os que justificais pelaLEI; da GRAÇA decaístes” (Gl 5.3,4). O que Paulo está dizendo, é que todo aquele que se justifica dizendo que tudo o que conseguiu foi através da LEI, ou seja, pelo que fez, este tal está separado de Cristo e da GRAÇA decaiu. É justamente o que mais acontece nas igrejas, ouvimos dizer: “Irmão, Deus me abençoou porque eu sou um dizimista“, sem perceber, este irmãozinho está justificando a bênção que recebeu pela LEI, ou melhor por aquilo que fez, e não por aquilo que Cristo fez.
Quando você contribui em LEI, e não em GRAÇA, em vez de ficar debaixo da bênção como nos ensinou o Falso Sistema, você fica é debaixo de maldição. Sabe por que você fica debaixo de maldição? Porque é justamente neste momento, que a pessoa sem perceber está valorizando o que faz, achando que tudo o que consegue é através do seu próprio esforço que era o meio utilizado na LEI, passando a desvalorizar ou esquecendo o que Cristo fez, porque tudo o que somos hoje, e o que temos é porque Cristo conquistou na cruz do calvário, e é através de Cristo que nós somos abençoados.
Diz a palavra de Deus: “Pois todos quantos são das obras da LEI, estão debaixo da maldição; porque escrito está: maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da LEI, para fazê-las” (Gl 3.10). “Pois, qualquer que guardar toda a LEI, mas tropeçar em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10).
Porque o mesmo que disse: Trazei todos os Dízimos à casa do tesouro, também ordenou: Circuncidai, pois, ao oitavo dia. Ora, se você dá o Dízimo e não é circuncidado, tornou-se transgressor da LEI.
Paulo e Tiago estão explicando que no livro da LEI existe uma relação de coisas para serem cumpridas, as quais só foram cumpridas por Cristo. Toda a pessoa que se mete a cumprir qualquer uma destas coisas da LEI, ficará debaixo de maldição, porque terá de cumprir todas elas, e o que você começou terá de terminar, a única saída é estar em Cristo, porque foi o único que cumpriu toda a LEI. Se você está nEle você também a cumpriu. O dízimo é uma destas coisas que se encontra na relação do livro da LEI. É por isso que o único meio de Deus abençoar o seu povo naLEI era através do dízimo, porque Deus abençoava pelo que fazia, e Jesus não havia feito nada por ninguém nessa época, a não ser nos planos eternos de Deus.
Quando a pessoa deixava de contribuir segundo a LEI, ou seja, dando o dízimo, a tendência era cair debaixo de maldição, ou melhor, nas mãos do devorador, é isto que tem ocorrido com todo aquele que contribui em LEI, e não entende o porquê. Por não entender, quando um irmãozinho vai mal na situação financeira, a primeira coisa que perguntam é: você é dizimista? Passe a dar o dízimoque Deus o abençoará. Sem perceber, esta pessoa está induzindo o irmãozinho a ficar debaixo de maldição, como está escrito: “E de novo testifico a todo o homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a LEI” (Gl 5.3). O mesmo se aplica: se você se deixar induzir a dizimar pelo meio que se utilizava na LEI para ser abençoado, terá de dizimar sempre, caso contrário o devorador levará tudo o que você tem, até que você volte a dizimar, porque o responsável por manter a sua bênção é o dízimo, quando o dizimar era justamente o procedimento exclusivo do povo judaico na LEI, uma vez que você passou a viver dizimando e não pelo que Cristo fez, quando você deixa de dizimar a maldição é certa. Cuidado com o devorador irmão! Seja dizimista, é o que se ouve na igreja.
Para quem conhece a GRAÇA isto é um verdadeiro absurdo, porque se Cristo uniu-se a nós para sempre tornando-nos um só Espírito com Ele (I Co 6.17), logo a salvação e a bênção estarão conosco para sempre não dependemos do que fazemos ou venhamos deixar de fazer, mas, exclusivamente da fé no que Cristo fez por nós. Porque se é por obra, já não é por GRAÇA como diz Paulo (Rm 11.6). E prossegue: “Ora, nós não temos recebido o Espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, afim de conhecermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente, por Deus. (I Co 2.12).
Paulo está explicando que recebemos o Espírito Santo com a finalidade de conhecermos as coisas que nos foram dadas, o verbo está no passado.
Pergunto: Como nos foram dadas? Através de Dízimos? É claro que não, ele nos afirma que recebemos gratuitamente, tudo que diz respeito à VIDA e à PIEDADE(II Pe 1.3).
Qual o propósito e a razão de ter Deus feito isto? É que ninguém se vanglorie na presença de Deus, não havendo absolutamente nada no que pudéssemos fazer, ou que nos qualificasse para sermos abençoados.
O povo está tão cego a este respeito, ao ponto das pessoas dizerem que são abençoadas porque são dizimistas, anulando assim, a graça de Deus. (Gl 2.21). Ó insensatos! Quem vos enganou? É claro que foi o Sistema e a ambição de cada um de serem ricos as custas de sacrifícios.
Paulo pergunta: “Só quero saber de vós: Foi por obra que recebestes o Espírito, ou pelo ouvir com fé? Sois vós tão insensatos? Tendo começado pelo Espírito,(agora, por causa do Sistema) é pela carne que acabareis? (voltando a fazer o que os judeus faziam)Será que padecestes tantas coisas em vão? Aquele pois, que vos dá o Espírito, (bênção, salvação) opera milagres entre vós, acaso faz pelas obras da lei,(Dízimos) ou pelo ouvir com fé? (Gl 3.2-5).
Só o que está faltando, é voltar ao sacrifício dos animais, e o Sistema não faz isto porque não há nenhum fazendeiro na cidade, caso contrário, já teriam montado uma fazenda com o uso de Ml 3.10.
Será que foi preciso Abraão dizimar para ser abençoado? É claro que não, como está escrito: “Assim como Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, a escritura prevendo que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou previamente o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão abençoadas todas as nações”. (Gl 3.6-8). Porque nasceria de Abraão o descendente que através do seu sacrifício nos salvou e abençoou para sempre.
O que ocorre com o cristão quando dá o dízimo?
R – Coloca-se debaixo de maldição (Gl 3.10), porque terá quedizimar sempre.
Na Graça, qual é a verdadeira causa
da benção de Deus.
NA LEI: O DÍZIMO era a CAUSA da bênção, e a bênçãoera a conseqüência do dízimo. (Ml 3.10).
NA GRAÇA: O SACRIFÍCIO DE CRISTO é a CAUSA da bênção, e a bênção é uma conseqüência do sacrifício de Cristo. (Ef 1.3)
Já parou para pensar o que você está fazendo?
Será que você não está trocando a CAUSA da GRAÇA pela CAUSA da LEI, vivendo assim debaixo de maldição sem saber porque?
O pior de tudo é ficar obrigado a guardar toda a LEI como diz Paulo (Gl 3.10).
Por falta de revelação, ou talvez tenha a revelação e tenha a falta de fé, ou seja, um tremendo lobo com pele de ovelha, ou ovelha com atitude de lobo, ou a minha Bíblia é diferente da deles. Porque o que eu tenho escrito nesta tese, muitos não admitiriam que seja uma revelação do Senhor.
Dizem os pregadores que a única maneira de Deus abençoar o seu povo é sendo dizimista, quando está escrito na minha Bíblia que a única maneira real e verdadeira que Deus se utilizou, na GRAÇA, para abençoar o seu povo para sempre foi, EM CRISTO, e não em dízimo. Vejamos: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos ABENÇOOU com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes EM CRISTO” (Ef 1.3).
Note: nos ABENÇOOU, o verbo está no passado, Ele não vai nos abençoar, Ele já nos ABENÇOOU. A questão é, como Ele nos ABENÇOOU? Está escrito: … “EM CRISTO.” Não foi e nunca mais será em dízimo. Isto não é LEI, isto é GRAÇA. Você deve saber a diferença, caso contrário, irão pegar você pelo bolso, e a sua vida será uma maldição, e será escravo de homem para o resto da vida.
Ser abençoado é uma dádiva, um dom, um presente adquirido unicamente através do sacrifício de Cristo, e nunca poderá ser através de dinheiro. Pedro nos confirma isto em At 8.20 dizendo: “Mas disse-lhe Pedro: vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus”.
Hoje, o único meio eficaz para Deus nos abençoar é através de Cristo e, por isso, você nunca cairá nas mãos do devorador (II Ts 3.3) porque o que você tinha que fazer para se tornar digno da bênção de Deus, Jesus fez por você, e nEle você se tornou a justiça de Deus (II Co 5.21) e digno da bênção. Ele cumpriu aquela relação de coisas que estavam no livro da LEI que estavam contra nós nas suas ordenanças que nos eram contrárias, removendo do meio de nós, cravando-as na cruz (Cl 2.14). Hoje, o que nos resta é descansar em Cristo. Está escrito: “Pois aquele que entrou no descanso de Deus, também descansou de todas as suas obras, assim como Deus das suas” (Hb 4.10).
Quem cumpre fielmente a lei mosaíca, terás que cumprir toda lei proclamada da época, circuncisar, sacrificar animais,deitar terra sobre a cabeça e viver debaixo da lei mosaíca, sendo assim disse Jesus a quem não aceitar a nova aliança: “E de novo testifico a todo o homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a LEI. Separados estais de Cristo, vós os que justificais pela LEI; da GRAÇA decaístes” (Gl 5.3,4).
Se você quer ser dizimista, seja!, sem imposiçao, mas sim por amor verdadeiro a obra de Deus,é uma maneira de cobrar de Deus as suas promessas de prosperidade em todas as áreas”", não pela Lei, mas pelo uso materializado de sua “”Palavra”", sendo a palavra de Deus profetizada no Antigo ou no Novo Testamento, não se tira uma virgula, todas possuem o poder de nosso Deus, devemos tomar cuidado em não viver apenas dentro de ações manifestadas na Lei Antiga, mas também pelos ensinamentos de Jesus na Nova Aliança que ele trouxe, fazendo-nos livres para amar a Deus verdadeiramente, cada um com sua essência e seu dom, Jesus nos libertou de todas as formas, porém Deus nos quer amando-o com toda liberdade que Jesus nos deu, nao quebrando a Lei, mas amando-o livremente.
"Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade." (I Timóteo 3:15)
O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas de esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento exposto em II Coríntios 9:7.
O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” (citado em Malaquias 3:11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais (Romanos 8:1 e Efésios 1:3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo… não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele contribui com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo (Mateus 23:23). Infelizmente, muitos cristãos têm repetido esta mesma atitude.
Não há um só versículo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar.
Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.
Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes desta tribo.
Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Números 18:21-30). O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo (Apocalipse 1:6), pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dízimo foi estabelecido para os judeus; não para a igreja de Jesus Cristo (Hebreus 7:5).
Devemos compreender a diferença entre contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de maldição, e obrigados a guardar toda a lei, se escolhermos seguir um mandamento dela, como disse o apóstolo Paulo em Gálatas 5:3-4, pois quem cumpre um mandamento da lei é obrigado a guardar toda a lei.
Somos servos do Senhor Jesus, não escravos de homens. (I Coríntios 7:23 e Gálatas 5:1) e foi para a liberdade que Ele nos chamou.
Na LEI, o dízimo era a causa principal da bênção do povo judeu e a bênção era conseqüência deste dízimo (Malaquias 3:10). A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o dízimo para ser abençoado.
Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.
Paulo, em Efésios 1:3, nos afirma que Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”, por este motivo, a maneira correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de II Coríntios 9:7, porque abençoados já somos.
Ao invés de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus, muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo, mas usam textos do antigo testamento como: "…repreenderei o devorador"; "…roubais ao Senhor nos dízimos"… etc., que produzem temor nas pessoas e medo de maldição, porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm receio que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por despreparo repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente de que Deus prosperará a igreja, através da contribuição espontânea dos irmãos, como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio da Verdade.
Cristo não colocou “VINHO NOVO”(GRAÇA) em “ODRES VELHOS”(LEI) (Marcos 2:22).
Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho (Gálatas 4:30 e Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita judaica. Paulo afirma isso em Gálatas 2:14. Toda esta confusão sobre o dízimo seria erradicada do nosso meio se nos empenhássemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na fé e não meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bíblia realmente diz (I João 2:27), fazermos como os crentes de Beréia.
ORIGENS DO DÍZIMO
Dízimo é um preceito da LEI de Moisés (Números 18:24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos (Hebreus 7:9-10). O dízimo passou a ser um pacto (Deuteronômio 12:6-17), um contrato, entre Deus e os israelitas (Deuteronômio 14:22-28). Todavia, nem os gentios nem nenhum representante da Igreja de Cristo estava lá para ouvir este pacto, ficando assim, a Igreja atualmente, comprometida com o dízimo. Porém, como Jesus cumpriu toda a lei (Romanos 10:4), ao estabelecer uma Novo Testamento (Hebreus 8:13), nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a observância do dízimo, uma vez convertido a Cristo.
DISPENSAÇÃO
É um período em que o homem é provado na sua obediência a certa revelação da vontade de Deus. Encontra-se três vezes no Novo Testamento, em Efésios 1:10; Efésios 3:2 e Colossenses 1:25.
POVOS
Nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus + gentios).
DÍZIMO
Surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes (Hebreus 7:9-10) com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo (Hebreus 7:4), referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: "…Levi que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão" (Hebreus 7:5-9).
Ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo (II Crônicas 31:5-6; II Crônicas 31:12; Neemias 10:37 e Neemias 12:44), não o Sistema eclesiástico atual.
Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”
Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus (Mateus 5:45), quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição, sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o prosperaria independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações, que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.
Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça, Eterno (Hebreus 7:11-12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir:
Não há limite de contribuição, é segundo o que você propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo, não mais existe. É um preceito da Lei judaica! (II Coríntios 9:7)
Como contribuir? Em Lei ou em Graça?
Para você entender melhor, usamos o seguinte exemplo:
ADULTÉRIO
Lei: Para não adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento (Levítico 20:10).
Graça: Para não adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo (II Coríntios 5:14).
CONTRIBUIÇÃO
Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador (Malaquias 3:10-11).
Graça: Para contribuir, o meio utilizado é o amor a Cristo (II Coríntios 9:7).
No Adultério e na Contribuição, mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: Não adulterar e sempre contribuir.
É isto que Deus quer revelar à sua igreja. Você vive debaixo da GRAÇA e não debaixo da LEI! Porque quando se faz uso da lei estando em graça, para alcançar certo objetivo, mesmo que certo, mas se o meio utilizado estiver errado, o resultado é a separação de Cristo e o cair da graça, sendo assim, a pessoa é obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Espírito Santo através de Paulo em Gálatas 5:3-4. É por este motivo que se torna um erro gravíssimo o uso de Malaquias 3:10 em plena GRAÇA em que vivemos. Neste sentido, Malaquias 3:10 tornou-se, no meio evangélico, “o pezinho de coelho” e “a ferradura da sorte” para muita gente, principalmente para o Sistema Religioso atual, que não consegue viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2) é só dos eleitos de Deus (Tito 1:1).
Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera, provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus!" Malaquias 3:10 diz que tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta: “O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não, tiram-lhe o ministério ou o discriminam, mas quando é um(a) irmão(ã) que dá um dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja.
Notemos o que Deus que fala em Malaquias 3:10 é o mesmo que diz em Malaquias 2:16: “… Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel…” e quase não ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz aqui, apologia à AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o Seu Reino, podemos dar até tudo o que temos, por amor, ao Senhor e isto alegra o coração de Deus: como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã, relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, até mais de 10%, se puder.
Em Mateus 23:23 Jesus está falando aos fariseus daquela época, não para a igreja, que, até então, não havia sido totalmente formada com fundamentos da graça, o ministério de Cristo não havia ainda sido consumado (o véu do templo não havia sido rasgado!), tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso para apresentar-se ao sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14).
Os conservadores do dízimo ainda dizem: O dízimo é uma tradição que devemos manter para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao Sábado (Marcos 2:24) e o "lavar as mãos antes de comer" (Mateus 15:2). Porque o Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o "lavar as mãos" fazia parte da Halaká(comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem que tanto o dízimo quanto o Sábado e o "lavar as mãos" eram tradições judaicas e não gentílicas. O dízimo passou a ser a única tradição judaica que o Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo?
Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Nem tampouco é servido por mãos humanas (Atos 17:25).
Infelizmente, muitas igrejas têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado pelo falta do seu dízimo, é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.
Pare!… Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, Não permaneça debaixo da lei, mas se dizimar, faça-o com uma consciência liberta, mesmo que preguem ou façam o contrário.
A Verdade deve sempre prevalecer, como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4:16; Romanos 7:4 e Gálatas 5:1).
MENSAGEM DISCORDANTE
Graça e paz!
Lendo o seu texto, cheguei algumas conclusões, as quais exponho aqui gostaria de um parecer sobre o assunto Dízimo Na discussão deste assunto, iremos subordiná-lo a três importantes questões:
A) CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ TEM DE SATISFAZER A TRÊS REQUISITOS;
A.1) TEM DE SER VOLUNTÁRIA
Paulo escreve o seguinte em II Coríntios 9:7: “cada um contribua segundo propôs no seu coração; não por tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.”, este texto é a chave de ouro dos antidizimistas, eles vêem aqui uma arma esmagadora contra método de contribuição na base do dízimo, no entanto outra coisa não vemos neste texto sagrado senão a voluntariedade da contribuição, coisa perfeitamente compatível com o sistema do dízimo, qual a distância entre dízimo e voluntariedade? porventura crentes pagam o dízimo por imposição ou constrangimento? qual a igreja que já impôs aos seus fieis a prática do dízimo sob condição, de sua permanência ou não no rol de membros? logo todos dizimistas o são voluntariamente, livremente).
A.2) TEM DE SER METÓDICA
I Coríntios 16:2 diz que no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando chegar, note-se bem a primeira parte deste texto sagrado “no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar”. como pode ver de acordo com os preceitos do novo testamento, a contribuição além de voluntária tem de ser metódica., os que defendem a voluntariedade da contribuição, a seu modo, via de regra, não tem método. As suas contribuições quando aparecem, quase sempre são avulsas, desorganizadas, sempre de acordo com as necessidades da igreja, o que é contra a Palavra de Deus.a de Deus.
A.3) TEM DE SER PROPORCIONAL AOS RENDIMENTOS.
Paulo diz, no texto que estamos considerando "cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade", os que não são dizimistas notaram isto? notaram que a contribuição cristã tem de ser proporcional a renda do contribuinte? os mensalistas de nossas igrejas já leram esta passagem? e os contribuintes avulsos que dizem? porventura os ricos de nossas igrejas estão contribuindo conforme a sua prosperidade? em geral com algumas exceções são os piores contribuintes!, quando se levanta uma campanha financeira, um pobre diz: “eu dou R$ 100.00”, levanta-se um rico e diz “eu dou R$ 10.00”, e murmura para o seu irmão, sentado ao seu lado: “eu só contribuo, segundo propus no meu coração”. E mais este contrapeso “eu não contribuo para me mostrar”. maldita humildade, maldita voluntariedade, mil vezes maldita! Oh rico escravizado pelo dinheiro).
B) A CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ, SE NÃO É IGUAL AO DÍZIMO, TEM DE SER SUPERIOR;
Portanto, qualquer contribuição que não seja na base x% não é cristã, agora nos cabe descobrir a incógnita desse x. Suponha, porém, que certo crente que é liberal resolveu dar, para o sustento do serviço do evangelho 12 ou 15% da sua renda, este método é cristão? É perfeitamente cristão, ele satisfaz aos três requisitos é voluntário, é metódico e é proporcional aos rendimentos, mas suponhamos que um irmão resolveu dar 4% do seu salário, outro que mais liberal decidiu dar 6% ao seu senhor, e outro compreendeu melhor a doutrina da contribuição resolveu dar 9% de toda a sua renda.
Qual dos três está certo? Nenhum, os três estão errados!
Esta maneira de contribuir não está de acordo com as três exigências de Paulo? Não é contribuição voluntária, metódica e proporcional aos rendimentos? Sim está. Entretanto, não satisfaz as outras exigências do novo testamento. daí a razão da afirmação a contribuição cristã, se não igual ao dízimo, tem de ser superior. o novo testamento é uma infinidade de mandamentos novos, associados a diversos outros do velho testamento.
Veja um exemplo: em Mateus 5:21 nós lemos: “ouvistes que foi dito aos antigos, não matarás, mas qualquer que matar será réu de juízo” este é o texto da lei, mas o senhor Jesus intercalou os seguintes aditivos – “Eu porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo. e qualquer que disser ao seu irmão: Raca, será réu do sinédrio. e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.”
Como pode ver o Sr. Jesus ao transportar este mandamento para o novo testamento, lhe deu uma nova interpretação, e lhe ampliou o sentido, tornando-o assim consentâneo com o espírito da graça.
C) O DÍZIMO É CONTRIBUIÇÃO PERFEITAMENTE CRISTÃ, PROVADA DENTRO DO NOVO TESTAMENTO.
Apresentarei três razões, pelas quais afirmarei que o dízimo é contribuição dentro do Novo testamento:
1º O dízimo de Abrão: (Gênesis 14:18-20), o mesmo assunto está registrado em (Hebreus 7:4-6), os antidizimistas afirmam que o dízimo não é da dispensação cristã e, sim da Lei. Aqui o dízimo aparece uns 400 anos antes da lei, e sem mandamentos divino (Gálatas 3:17), se o dízimo apareceu, na história do povo de Deus, tanto tempo antes da lei, certamente, não é criação sua, e muito menos, sua exclusividade. Mas pensemos um pouco a respeito da pessoa de Abraão e a sua relação para conosco. Abraão é nosso pai na fé, todo o cap. 4 de romanos nos faz esta revelação, o ver 16 desse capítulo diz precisamente o seguinte “portanto, é pela fé, para que segundo a graça, afim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós”. Paulo escreveu em (Gálatas 3:7-9), “sabeis, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão, ora tendo a escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o Evangelho a Abraão, dizendo todas as nações serão benditas em ti, não parece dúvida! os crentes de todo o mundo são filhos do crente Abraão! e Abraão pagou o dízimo! Dele nós temos esta herança de benção; além da herança da fé. e note-se Abraão pagou dízimo quando estava na incircuncisão, isto é, quando ainda era gentio. portanto o dízimo nada tem haver com a lei no tocante a sua origem, pois surgiu muito antes dela, arranque-se da Bíblia todo o conteúdo da lei e ainda fica o Dízimo, na sua íntegra exatamente na parte que nos toca a fé e a justiça de Abraão, de quem, espiritualmente, descendemos.
2º (Hebreus 7:14) o sacerdócio de Melquisedeque era tão grande que o fez maior que Abraão, Cristo é maior que Abraão, do que Moisés, e mais sublime do que os céus: o sacerdócio de Melquisedeque é superior ao sacerdócio de Levi (da lei) e se prende diretamente a Cristo. Não há dúvida o sacerdócio de Cristo nada tem a ver com o sacerdócio de Levi, de Arão ou da lei. O sacerdócio de Cristo é o sacerdócio de Melquisedeque. Portanto, o sacerdócio de Melquisedeque é o sacerdócio cristão.o cristão.
3º Em toda questão de ordem moral, espiritual ou teológica, Jesus é autoridade máxima, e a sua palavra é decisiva. O seu parecer, sobre qualquer assunto, é suficiente para dirimir a mais intricada questão doutrinária ou controvérsia religiosa, em torno de qualquer tema bíblico. (Mateus 23:23) duas coisas importantes quero destacar nesta passagem. a primeira é a declaração de Jesus, afirmando que a fé, a misericórdia e o juízo, também pertencem a lei. Ele diz precisamente, isto “Vós dizimais a hortelã, o endro e o cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo a misericórdia e a fé., dizer que o juízo e , especialmente a misericórdia e a fé constituem o mais importante da lei, é tão maravilhoso que somente o Mestre Divino poderia fazê-lo, mas é o Senhor quem fala, “cale-se diante dele a terra.” Agora considere segunda, o Senhor Jesus não era antidizimista! do seu parecer observa-se, com clareza, que Ele era favorável ao Dízimo, tanto na vigência da lei, como no regime do evangelho. segundo, porque o sábado não constitui paralelo com o dízimo, o dízimo aparece, na bíblia, ligado à historia de Abraão, nos pródomos da Graça. O sábado não tem nenhuma ligação com ele. na sua biografia, que se acha registrada nos cap. 1 a 25 de gêneses, nem sequer aparece a palavra sábado. Abraão sabadista, o dízimo aparece praticado no sacerdócio de Melquisedeque, o sábado, não. Não há a mínima alusão à sua observância. o sacerdócio de Melquisedeque, certamente não era sabadista, portanto não há um paralelo entre o sábado e o dízimo.
Lei ou Graça? em qual você vive?
"A Lei veio por intermédio de Moisés a GRAÇA E A VERDADE por Jesus Cristo nosso Senhor"(Jo 1:17)
Onde você vive? na Lei ou na Graça? Onde devemos viver na Lei ou na Graça? Usamos como base bíblica e doutrinária para a "IGREJA" a PALAVRA DOS EVANGELISTAS E SANTOS APÓSTOLOS pois por eles veio à nós a SÃ DOUTRINA.
Você ja tentou misturar a ÁGUA E ÓLEO? impossível não é? Da mesma forma a LEI e a GRAÇA; é IMPOSSÍVEL vive-las juntas. ou você esta na VELHA ALIANÇA ou na NOVA ALIANÇA, tomando por base em hebreus 8:7-13 no texto que se diz?
"Pois, se aquele primeiro(conserto/testamento) fora sem defeito, nunca se teria buscado lugar para o segundo. Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto(conserto/testamento). Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo; e não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados não me lembrarei mais. Dizendo: Novo pacto, ele tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e envelhece, perto está de desaparecer."
Este texto nos mostra uma REAL condição da Lei e da Graça.
Existem inúmeros textos em que é relatado que a lei foi CUMPRIDA por Jesus Cristo nosso senhor, Deus mostrou claramente que a LEI seria removida do meio do povo ou seja o povo SE RELACIONARIA COM DEUS POR MEIO DE UMA NOVA ALIANÇA : A GRAÇA.
Começaremos falando mais claramente sobre a LEI. Segundo o Apostolo Paulo a Lei veio para que o pecado se MANIFESTASSE DE FORMA MALIGNA: "a fim de que pelo mandamento (lei) o pecado se manifestasse excessivamente maligno" (Rom 7:13). Quero deixar claro que quando o Apóstolo fala da LEI ele não faz separação da LEI CERIMONIAL e a LEI MORAL.
Quando o apóstolo fala da lei ele fala da aliança que Deus fez com Moisés. Se observarmos com cuidado veremos que o apóstolo se preocupou em deixar claro citando certos mandamentos como: não cobiçaras: "Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás." se você conhece a palavra verá que esse é um dos mandamentos da lei que muitos chamam de: LEI MORAL.
Quero deixar bem claro que essa afirmação nao condiz com a verdade do evangelho e da Sã Doutrina. Pois Cristo é o fim (cumprimento)da lei para justificar a todo aquele que crê. (Rom 5:4) Jesus ao dizer : está consumado ele CUMPRIU tudo o que EU E VOCÊ não tínhamos CONDIÇÕES de cumprir, pois só Jesus conseguiu cumprir a LEI, pois a nossa carne trouxe inutilidade a LEI, por não conseguirmos cumpri-la. "Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado." (Rom 8:3) A Lei tinha de ser cumprida ao todo não em pedaços pois quem TROPEÇAR EM UM só mandamento tropeça em TODA a lei, Porque Moisés escreve que o homem que pratica a justiça que vem da lei viverá por ela.(Rom 10:5) Paulo disse que os que querem se justificar na lei tem caído da graça. " Separados estais de Cristo, vós os que vos JUSTIFICAIS pela lei; da graça DECAÍSTES.(Gal 5:4). Observe como você tem se relacionado com Deus pois se você tenta se relacionar com ele se justificando pela LEI você NÃO ESTA EM CRISTO.
É pregado hoje em dias que você tem que fazer isso ou aquilo pra alcançar alguma coisa de Deus, que você tem que pagar dízimos (trataremos deste assunto mais detalhadamente) para o devorador não entrar em sua vida, que subir em montes que queimar papeis de oração , guardar dia, meses e anos e outras coisas que hoje é MODA NA IGREJA sem falar das comidas e outras coisas mais. IRMÃOS VOCÊS ESTÃO SENDO CARREGADOS DE ORDENANÇAS (LEI) para tentar alcançar a CRISTO desculpe-me dizer mas vocês estão sendo ENGANADOS. Porque irmão estou sendo enganado(a)? PORQUE O JUSTO VIVE DA FÉ (Rom 1:17).
ESTAMOS SOB A LEI OU SOB A GRAÇA?
Esse questionamento reflete um entendimento confuso do ensino bíblico acerca da lei e da graça de Deus. Muitos associam a lei como um elemento pertencente exclusivamente ao período do Antigo Testamento e a graça como um elemento neotestamentário. Isso é muitas vezes o fruto do estudo apressado de textos como:
...sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (Gálatas 2.16).
Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Romanos 6.14).
E, de fato, uma leitura isolada dos textos acima pode levar o leitor a entender lei e graça como um binômio de oposição. Lei e graça parecem opostos, sem reconciliação — o cristão está debaixo da graça e conseqüentemente não tem qualquer relação com a lei. No entanto, essa leitura é falaciosa. O entendimento isolado desses versos leva a uma antiga heresia chamada antinomismo, a negação da lei em função da graça. Nessa visão, a lei não tem qualquer papel a exercer sobre a vida do cristão. O coração do cristão torna-se o seu guia e a lei se torna dispensável.1 O oposto dessa posição é o legalismo ou moralismo, que é a tendência de enfatizar a lei em detrimento da graça (neonomismo). Nesse caso, a obediência não é um fruto da graça de Deus, uma evidência da fé, mas uma tentativa de agradar a Deus e de se adquirir mérito diante dele. Exatamente contra essa idéia é que a Reforma Protestante lutou, apresentando como uma de suas principais ênfases a sola gratia.
No século XVI, os católicos acusavam os reformadores de antinomistas, de serem contrários à lei de Deus. Até mesmo o grande reformador Martinho Lutero expressou preocupação quanto a alguns de seus seguidores que, em seu zelo de proclamar a graça por tanto tempo desprezada pela Igreja, acabavam por desprezar a Lei. Desde a reforma têm aparecido movimentos enfatizando um ou outro desses aspectos, lei ou graça, sempre de forma excludente. Um dos mais recentes movimentos nessa linha, enfatizando a graça em detrimento da lei, é o dispensacionalismo. Essa forma de abordagem surgiu no século XIX, caracterizando a lei como a forma de salvação no período mosaico e o evangelho como a forma de salvação na dispensação da igreja. Esse é, possivelmente, o movimento que mais influência exerce atualmente na interpretação do papel da lei e da graça entre os evangélicos ao redor do mundo.
Em uma direção oposta, outro grande movimento foi iniciado por Karl Barth, em seu livro God, Grace and Gospel, onde argüi por uma unidade básica entre lei e graça, direcionando seu pensamento para um novo moralismo.2 Para termos uma boa idéia de como o debate ainda é atual, em 1993 foi publicado o livro Five Views on Law and Gospel, da coleção Counterpoints, no qual cinco escritores evangélicos contemporâneos expressam diferentes pontos de vista sobre a relação entre a lei e o evangelho (graça).3 Sem sombra de dúvida, o assunto ainda está muito longe de apresentar um consenso entre os evangélicos.
As implicações da forma como entendemos a relação entre lei e graça vão muito além do aspecto puramente intelectual. Esse entendimento vai, na verdade, determinar toda a forma como alguém enxerga a vida cristã e que tipo de ética esse cristão irá assumir em sua caminhada. John Hesselink, um estudioso sobre a relação entre lei e graça, exemplifica que, na década de 1960, os cristãos proponentes da ética situacionista se levantaram contra leis, regras e princípios gerais, propondo uma nova moralidade.4 Esse movimento propõe que a ética das Escrituras não é absoluta, mas depende do contexto. Nem mesmo a lei moral de Deus é absoluta; ela depende da situação. Essa proposta surgiu e se desenvolveu dentro do cristianismo tradicional, alcançando seguidores de todas as bandeiras denominacionais, praticamente sem restrições. A lei não tem mais qualquer papel determinante na ética cristã; o que determina a ética cristã é o “princípio do amor,” conclui o movimento. A conseqüência dessa conclusão é que a graça suplanta a lei. As decisões éticas devem ser tomadas levando em consideração o princípio do amor. Tome-se por exemplo a questão do aborto no caso de estupro. Aprová-lo nessas circunstâncias é um ato de amor baseado no princípio do amor à mãe que foi estuprada. Ou mesmo a questão da pena de morte. Ela não se encaixa no princípio do amor ao próximo e, portanto, não pode ser uma prática cristã. Até mesmo situações como o divórcio passam a ser aceitáveis pelo princípio do amor. A separação de casais passa a ser aceitável pelo mesmo princípio. O mesmo acontece com o homossexualismo. Aceitar o homossexualismo passa a ser um ato de amor, e portanto, essa prática não pode ser considerada como pecado, ou, se assim considerada, é um pecado aceitável.
Mas seria essa a verdadeira conclusão do cristianismo e o verdadeiro ensino das Escrituras sobre a lei? É isso que o estudo das Escrituras e o cristianismo histórico nos ensinam? Nas páginas a seguir avaliaremos o pensamento de Calvino a respeito dessa questão e a aplicação calvinista refletida na Confissão de Fé de Westminster (CFW).
II. O USO DA LEI
Para entendermos bem o uso da lei precisamos entender o que são o pacto das obras e o pacto da graça. Assim, é prudente começarmos por esclarecer o que são esses pactos e qual o conceito de lei que está envolvido na questão.
Pacto das Obras e Pacto da Graça5 é a terminologia usada pela Confissão de Fé de Westminster6 para explicar a forma de relacionamento adotada por Deus para com as suas criaturas, os seres humanos. Mais do que isso, essa terminologia reflete o sistema teológico adotado pelos reformados, conhecido como teologia federal.7 De forma bem resumida, podemos dizer que o pacto das obras é o pacto operante antes da queda e do pecado. Adão e Eva viveram originalmente debaixo desse pacto e sua vida dependia da sua obediência à lei dada por Deus de forma direta em Gênesis 2.17 — não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.8 Adão e Eva descumpriram a sua obrigação, desobedeceram a lei e incorreram na maldição do pacto das obras, a morte.
O pacto da graça é a manifestação graciosa e misericordiosa de Deus, aplicando a maldição do pacto das obras à pessoa de seu Filho, Jesus Cristo, fazendo com que parte da sua criação, primeiramente representada em Adão, e agora representada por Cristo, pudesse ser redimida. Porém, a lei antes da queda não se resume à ordem de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A lei não deve ser reduzida a um aspecto somente. Existem outras leis, implícitas e explícitas, no texto bíblico. Por exemplo, a descrição das bênçãos em Gênesis 1.28 aparece nos imperativos sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai. Esses imperativos foram ordens claras do Criador a Adão e sua esposa e, por conseguinte, eram leis. O relacionamento de Adão com o Criador estava vinculado à obediência, a qual ele era capaz de exercer e assim cumprir o papel para o qual fora criado. No entanto, o relacionamento de Adão com Deus não se limitava à obediência. Esse relacionamento, acompanhado de obediência, deveria expandir-se de maneira que nele o Deus criador fosse glorificado e o ser humano pudesse ter plena alegria em servi-lo. A Confissão de Fé nos fala da lei de Deus gravada no coração do homem (CFW 4.2). Essa lei gravada no coração do ser humano reflete o tipo de intimidade reservada por Deus para as suas criaturas.
Nesse contexto podemos perceber que a lei tinha um papel orientador para o ser humano. Para que o seu relacionamento com o Criador se mantivesse, o homem deveria ser obediente e assim cumprir o seu papel. A obediência estava associada à manutenção da bênção pactual. A não obediência estava associada à retirada da bênção e à aplicação da maldição. A lei, portanto, tinha uma função orientadora. O ser humano, desde o princípio, conheceu os propósitos de Deus através da lei. Tendo quebrado a lei, ele tornou-se réu da mesma e recebeu a clara condenação proclamada pelo Criador: a morte.
O que acontece com essa lei depois da queda e da desobediência? Ela tem o mesmo papel? Ela possui diferentes categorias? Por que Deus continuou a revelar a sua lei ao ser humano caído?
III. DE QUE LEI ESTAMOS FALANDO?
A revelação da lei de Deus, como expressão objetiva da sua vontade, encontra-se registrada nas Escrituras. Esse registro, que começou nos tempos de Moisés, fala-nos da lei que Deus deu a Adão e também aos seus descendentes. Essa lei foi revelada ao longo do tempo. Dependendo das circunstâncias e da ocasião em que foi dada, possui diferentes aspectos, qualidades ou áreas sobre as quais legisla. Assim, é importante observar o contexto em que cada lei é dada, a quem é dada e qual o seu objetivo manifesto. Só assim poderemos saber a que estamos nos referindo quando falamos de Lei.
A Confissão de Fé, no capítulo 18, divide esses aspectos em lei moral, civil e cerimonial. Cada uma tem um papel e um tempo para sua aplicação:
(a) Lei Civil ou Judicial – representa a legislação dada à sociedade israelita ou à nação de Israel; por exemplo, define os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.
(b) Lei Religiosa ou Cerimonial – representa a legislação levítica do Velho Testamento; por exemplo, prescreve os sacrifícios e todo o simbolismo cerimonial.
(c) Lei Moral – representa a vontade de Deus para o ser humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus principais deveres.
A. Toda a Lei é aplicável aos nossos dias?
Quanto à aplicação da Lei, devemos exercitar a seguinte compreensão:
(a) A Lei Civil tinha a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel. Como tal, não é aplicável normativamente em nossa sociedade. Os sabatistas erram ao querer aplicar parte dela, sendo incoerentes, pois não conseguem aplicá-la, nem impingi-la, em sua totalidade.
(b) A Lei Religiosa tinha a finalidade de imprimir nos homens a santidade de Deus e apontar para o Messias, Cristo, fora do qual não há esperança. Como tal, foi cumprida com sua vinda. Os sabatistas erram ao querer aplicar parte da mesma nos dias de hoje e ao mesclá-la com a Lei Civil.
(c) A Lei Moral tem a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a discernir entre o bem e o mal. Como tal, é aplicável em todas as épocas e ocasiões. Os sabatistas acertam ao considerá-la válida, porém erram ao confundi-la e ao mesclá-la com as outras duas, prescrevendo um aplicação confusa e desconexa.9
Assim sendo, é fundamental que, ao ler o texto bíblico, saibamos identificar a que tipo de lei o texto se refere e conhecer, então, a aplicabilidade dessa lei ao nosso contexto. As leis civis e cerimoniais de Israel não têm um caráter normativo para o povo de Deus em nossos dias, ainda que possam ter outra função como, por exemplo, ensinar-nos princípios gerais sobre a justiça de Deus. Portanto, a lei que permanece “vigente” em nossa e em todas as épocas é a lei moral de Deus. Ela valeu para Adão assim como vale para nós hoje. Isto implica que estamos, hoje, debaixo da lei?
B. Estamos sob a Lei ou sob a Graça de Deus?
Muitas interpretações erradas podem resultar de um entendimento falho das declarações bíblicas de que “não estamos debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6.14). Se considerarmos que os três aspectos da lei de Deus apresentados acima são distinções bíblicas, podemos afirmar:
(a) Não estamos sob a Lei Civil de Israel, mas sob o período da graça de Deus, em que o evangelho atinge todos os povos, raças, tribos e nações.
(b) Não estamos sob a Lei Religiosa de Israel, que apontava para o Messias, foi cumprida em Cristo, e não nos prende sob nenhuma de suas ordenanças cerimoniais, uma vez que estamos sob a graça do evangelho de Cristo, com acesso direto ao trono, pelo seu Santo Espírito, sem a intermediação dos sacerdotes.
(c) Não estamos sob a condenação da Lei Moral de Deus, se fomos resgatados pelo seu sangue, e nos achamos cobertos por sua graça. Não estamos, portanto, sob a lei, mas sob a graça de Deus, nesses sentidos.
Entretanto...
(a) Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela continua representando a soma de nossos deveres e obrigações para com Deus e para com o nosso semelhante.
(b) Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela, resumida nos Dez Mandamentos, representa o caminho traçado por Deus no processo de santificação efetivado pelo Espírito Santo em nossa pessoa (João 14.15). Nos dois últimos aspectos, a própria Lei Moral de Deus é uma expressão de sua graça, representando a revelação objetiva e proposicional de sua vontade.10
IV. OS TRÊS USOS DA LEI11
Para esclarecer a função da lei de Deus dada por intermédio de Moisés12 nas diferentes épocas da revelação, Calvino usou a seguinte terminologia:
A. O Primeiro Uso da Lei: Usus Theologicus
É a função da lei que revela e torna ainda maior o pecado humano. Segue o ensino de Paulo em Romanos 3.20 e 5.20:
...visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.13
Calvino aponta para esse papel da lei diante da realidade do homem caído. Sendo o pecado abundante, vivemos no tempo em que a lei exerce o “ministério da morte” (2 Co 3.7) e, por conseguinte, “opera a ira” (Rm 4.15).
Cabe aqui uma nota sobre a terminologia dos reformadores (especialmente Calvino) a respeito da lei. A palavra lei é usada em pelo menos dois sentidos distintos, que devem ser entendidos a partir do contexto. Em alguns casos o termo lei é usado como um sinônimo de Antigo Testamento, da mesma forma como Evangelho é usado como um sinônimo de Novo Testamento. Em outros contextos o termo lei é usado como uma categoria especial referente ao seu uso como categoria de comando, um mandamento direto expressando a vontade absoluta de Deus sobre alguma coisa, sem promessa. É dessa forma que Calvino interpreta a lei em 2 Co 3.7, Rm 4.15 e 8.15. Nesse sentido, o binômio que se confirma é o binômio Lei x Evangelho. O mandamento que não traz salvação versus a graça salvadora de Deus. Porém, não podemos esquecer que é o próprio Antigo Testamento que nos apresenta a promessa da salvação de Deus, a sua graça operante sobre os crentes da antiga dispensação.
Em Romanos, Paulo aponta para a perfeição da lei, que, se obedecida, seria suficiente para a salvação. Porém, nossa natureza carnal confronta-se com a perfeição da lei, e essa, dada para a vida, torna-se em ocasião de morte. Uma vez que todos são comprovadamente transgressores da lei, ela cumpre a função de revelar a nossa iniqüidade.
Explicando isso, Calvino comenta:
Ainda que o pacto da graça se ache contido na lei, não obstante Paulo o remove de lá; porque ao contrastar o evangelho com a lei, ele leva em consideração somente o que fora peculiar à lei em si mesma, ou seja, ordenança e proibição, refreando assim os transgressores com a ameaça de morte. Ele atribui à lei suas próprias qualificações, mediante as quais ela difere do evangelho. Contudo, pode-se preferir a seguinte afirmação: “Ele só apresenta a lei no sentido em que Deus, nela, se pactua conosco em relação às obras.14
B. O Segundo Uso da Lei: Usus Civilis
É a função da lei que restringe o pecado humano, ameaçando com punição as faltas contra ela mesma.15 É certo que essa função da lei não opera nenhuma mudança interior no coração humano, fazendo-o justo ou reto ao obedecê-la. A lei opera assim como um freio, refreando “as mãos de uma ação extrema.”16 Portanto, pela lei somente o homem não se torna submisso, mas é coagido pela força da lei que se faz presente na sociedade comum. É exatamente isto que permite aos seres humanos uma convivência social. Vivemos em sociedade para nos proteger uns dos outros. Com o tempo, o homem pode aprender a viver com tranqüilidade por causa da lei de Deus que nos restringe do mal. O homem é capaz, por causa da lei de Deus, de copiá-la para o seu próprio bem. É até mesmo capaz de criar leis que refletem princípios da justiça de Deus. Calvino menciona o texto de 1 Timóteo 1.9-10 para mostrar essa função da lei:
...tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina...
Assim, a lei exerce o papel de coerção para esses transgressores e evita que esse tipo de mal se alastre ainda mais amplamente no seio da sociedade humana. Essa ação inibidora da lei cumpre ainda um outro papel importante no caso dos eleitos não regenerados. Ela serve como um aio, um condutor a Cristo, como diz Paulo em Gálatas 3.24: “...de maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.” Dessa forma ela serviu à sociedade judia e serve à sociedade humana como um todo. Da mesma forma essa lei serve ao eleito ainda não regenerado. Ele, antes da manifestação da sua salvação, é ajudado pela lei a não cometer atrocidades, não como uma garantia de que não fará algo terrível, mas como uma ajuda, pelo temor da punição.
C. O Terceiro Uso da Lei
Esse uso da lei só é válido para os cristãos — ensina-os, a cada dia, qual a vontade de Deus.17 Segundo o texto de Jeremias 31.33, a lei de Deus seria escrita na mente e no coração dos crentes:
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Se a lei de Deus está impressa na mente e escrita no coração dos crentes, qual a função da lei escrita por Moisés? Ela é realmente necessária? Não basta um coração convertido, amoroso e cheio de compaixão para conhecer a vontade de Deus? A “lei do amor” e a consciência do cristão orientado pelo Espírito Santo não bastam? Não seria suficiente apenas termos a paz de Cristo como árbitro de nossos corações? (Cl 3.15).
Creio que não é bem assim. A lei, assim como no Éden, tem ainda um papel orientador para os cristãos. Embora eles sejam guiados pelo Espírito de Deus, vivendo e dependendo tão somente da sua maravilhosa graça, a “lei é o melhor instrumento mediante o qual melhor aprendam cada dia, e com certeza maior, qual seja a vontade de Deus, a que aspiram, e se lhes firme na compreensão.”18 A paz de Cristo como o árbitro dos corações só é clara quando conhecemos com clareza a vontade de Deus expressa na sua lei. Deus expressa sua vontade na sua lei e essa se torna um prazer para o crente, não uma obrigação. Calvino exemplifica com a figura do servo que de todo o coração se empenha em servir o seu senhor, mas que, para ainda melhor servi-lo, precisa conhecer e entender mais plenamente aquele a quem serve. Assim, o crente, procurando melhor servir ao seu Senhor empenha-se em conhecer a sua vontade revelada de maneira clara e objetiva na lei.
A lei também serve como exortação para o crente. Ainda que convertidos ao Senhor, resta em nós a fraqueza da carne, que pode ser, no linguajar de Calvino, chicoteada pela lei, não permitindo que estejamos à mercê da inércia da mesma.
Vejamos alguns exemplos do relacionamento entre o crente do Antigo Testamento e o terceiro uso a lei. Primeiramente, podemos observar o prazer do salmista ao falar da lei no Salmo 19.7-14:
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente justos.
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa.
Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu.
Que princípio de morte opera nessa lei, segundo o salmista? Nenhum. Para o regenerado, o crente no Senhor, a lei é prazer, é desejável, inculca temor, restaura a alma e lhe dá sabedoria. Isso de alguma forma parece contradizer os ensinos do Novo Testamento. O terceiro uso da lei é claro para o salmista. A lei em si não faz nenhuma dessa coisas, mas para o coração regenerado ela traz prazer e alegria. Na lei o salmista reconhece a sua rocha, o seu redentor, Jesus Cristo: “rocha minha e redentor meu.”
Observe também o Salmo 119.1-20:
Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR.
Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração; não praticam iniqüidade e andam nos seus caminhos.
Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca.
Tomara sejam firmes os meus passos, para que eu observe os teus preceitos.
Então, não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus mandamentos.
Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.
Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.
De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.
De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.
Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
Bendito és tu, SENHOR; ensina-me os teus preceitos.
Com os lábios tenho narrado todos os juízos da tua boca.
Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas.
Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito.
Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra.
Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra.
Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.
Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos.
De onde vem esse desejo do salmista pelos juízos de Deus? Da lei que opera sobre o homem natural? Certamente que não. Mas para o homem regenerado a lei de Deus se torna objeto de desejo da alma. A lei é maravilhosa para aquele que tem os olhos abertos pelo Senhor. Amar a lei de Deus é ensino claro das Escrituras para os regenerados. Viver na lei de Deus é bênção para o cristão, para o salvo. Ela é o nosso orientador para melhor conhecermos a vontade do nosso Senhor e assim melhor servi-lo. Observe que o viver segundo a lei de Deus é considerado uma bem-aventurança, é como ter fome e sede de justiça.
Pergunto: O que seria do cristão sem a lei para orientá-lo? Como conheceria ele a vontade de Deus? (essa, aliás, é uma das perguntas mais freqüentes entre os crentes no seu dia-a-dia). Ele seria um perdido, buscando respostas em seu próprio coração, na igreja, no consenso eclesiástico, na autoridade de alguém que considerasse superior. Mas o crente tem a lei de Deus, expressando objetivamente qual é o desejo do Criador para a criatura, qual o desejo do Pai para seus filhos.
Mas essa visão da lei não nos traz de volta ao legalismo? Estamos então novamente debaixo da lei? Certamente que não. Para bem entendermos a posição bíblica expressa por Calvino sobre a lei no pacto da graça, precisamos entender também como ele relaciona Cristo e a Lei.
V. CRISTO E A LEI
Precisamos entender que Cristo satisfez e cumpriu a lei de forma plena e completa. Ele não veio revogar a lei. Façamos uma breve análise de Mateus 5.17-19:
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
Alguns pontos interessantes são demonstrados por Jesus nessa passagem:
(a) Ele veio cumprir a lei e não revogá-la.
(b) A lei seria cumprida totalmente, em todas as suas exigências e em todas as suas modalidades (moral, cerimonial e civil) enquanto houvesse sentido em fazê-lo.
(c) Aquele que viola a lei pode chegar ao Reino dos Céus! (“aquele que violar...será considerado mínimo no reino dos céus.”) O sermão do monte é um sermão para crentes e o texto pode ser entendido dessa forma.
(d) Aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino dos Céus.
Como entender essas conclusões de Jesus com respeito a si mesmo e à Lei?
(a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimensões: cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer aspecto da lei para o qual Cristo não pudesse atentar e cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição da lei. Ele se torna o fundamento da justificação para o eleito.
(b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais abrangente.
(c) Os que nele crêem agora também podem cumprir os aspectos necessários da lei para uma vida santa. No entanto, esses que por ele são salvos não são mais dependentes da lei para a sua salvação. Por isso há uma diferença clara entre os que chegam ao Reino dos Céus: alguns serão considerados maiores do que outros.
(d) Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não a sua magisterialidade.19 A lei continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a vontade de Deus. A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se refere em textos como Rm 6.14 e Gl 2.16 — estamos debaixo da graça! A lei continua no seu papel de nos ensinar, pela obra do Espírito Santo. Não somos mais condenados pela lei nem servos da mesma. A lei, por expressar a vontade de Deus, se nos torna um prazer.
Johnson resume o material sobre Cristo e a lei no pensamento de Calvino da seguinte forma:
O ponto principal, claro, é que Cristo cumpriu a lei em todos os aspectos, seja no vivê-la, no submeter-se à maldição da lei para satisfazer a sua exigência de punição dos transgressores, ou restabelecendo sobre outras bases a possibilidade de cumprir aquilo que a lei requer. Cristo, em outras palavras, satisfez tudo o que a lei exigiu ou pode vir a exigir da humanidade. A justificação que estava associada à lei agora pertence completamente a Cristo.20
Portanto, nossa obediência à lei não acontece e não pode acontecer sem Cristo. Tentar viver debaixo da lei, sem Cristo, é submeter-se à escravidão. Porém, obedecer à lei com Cristo é prazer e vida. Também, nesse sentido, Cristo é o fim da lei!
CONCLUSÃO
Como fica o aparente paradoxo inicial entre a Lei e Graça? Como corrigir essa visão distorcida? Mais uma vez creio que a visão correta da Confissão de Fé pode nos ajudar a entendê-lo:
Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.
Este pacto no tempo da lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensação chama-se o Velho Testamento.
Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações (CFW 7.4–6).
Portanto, ao relacionarmos lei e graça devemos nos lembrar dos diversos aspectos e nuanças que estão envolvidos nesses termos.
Primeiramente, encontramos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a graça de Deus. Ele não reserva a sua graça somente para o período do Novo Testamento como muitos pensam. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento podemos ver Deus agindo graciosamente, salvando aqueles que creem na promessa do Redentor. Assim Abel, Enoque, Noé, Abraão e todos os santos do Antigo Testamento foram remidos. Nenhum deles foi salvo por obediência à Lei, ainda que o Senhor requeresse deles, assim como requer de nós, que sejamos obedientes.
Em segundo lugar, a lei opera para vida ou morte no pacto das obras e somente para a morte no pacto da graça. No pacto das obras, por mérito, o homem poderia continuar vivo e merecer a “árvore da vida.” Portanto, pela obediência o homem viveria. No pacto da graça a lei opera para condenação do homem caído. Porque o homem já está condenado, ele não pode mais cumprir a lei e ela lhe serve para a morte.
Por último, o crente se beneficia da lei estando debaixo da obra redentora de Cristo. O mérito de Cristo, sendo obediente à lei até as últimas conseqüências, compra-nos o benefício da salvação e a graça de conhecermos a vontade de Deus pela sua lei. O único modo de o ser humano ser salvo é submeter-se totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação. Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei. Cristo a cumpre e declara justificado aquele por quem ele morre.
Portanto, o nosso gráfico do início deveria ser modificado para refletir a verdade bíblica sobre a Lei e a Graça de Deus:
Disp. do Antigo Testamento ------------------ Disp. do Novo Testamento
|
Obras
|
Graça – obras como fruto da fé
|
Lei | Evangelho – obediência à lei como conseqüência |
Lei –justifica na obediência
| Lei – condena o não eleitoUsus Theologicus |
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (João 14.21).
Não devemos guardar a Torah (lei) porque estamos na graça?
A verdade é que todos nós guardamos a lei, ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo, por exemplo:
Adoramos a Elohim sobre todas as coisas, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não fazemos imagens de escultura, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não tomamos o nome do YHWH em vão, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Honramos o nosso pai e a nossa mãe, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não matamos, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não adulteramos, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não furtamos, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não damos falso testemunho contra nosso irmão, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Não cobiçamos nada que pertence ao nosso próximo, (ou pelo menos nos esforçamos em fazê-lo)
Sabe a que conclusão que chegamos?
Todas as discussões que até hoje se desencadeiam na Igreja sobre a lei e a graça é por causa de um único mandamento: a guarda do sábado, porque todos os outros 9 mandamentos procuramos obedecer sem nenhum problema de estarmos saindo da graça e voltando para a lei.
Testemunhei muitas pregações de preletores sangüíneos, que afirmavam com muita ênfase, que estamos debaixo da graça e não da lei e que a lei é para o Judeu que não aceitou a Yeshua, porém todos estes pregadores guardavam os outros 9 mandamentos, (ou pelo menos se esforçavam em fazê-lo).
Os 10 mandamentos estão divididos em duas partes: Do primeiro até o quarto mandamento e do quinto até ao décimo.
Observe que os quatro primeiros mandamentos estão diretamente ligados a Elohim enquanto os outros seis estão ligados ao nosso próximo.
Veja agora que interessante:
Yeshua disse em Mateus 22:37 a 40: “Respondeu-lhe Yeshua: Amarás ao YHWH teu Elohim de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”
Muitos se baseiam neste versículo para afirmar que agora só existem 2 mandamentos e que foi o próprio Senhor Yeshua que disse, mas porque Yeshua afirma que os dois grandes mandamentos são: amar a Elohim de todo o seu coração e ao próximo como a ti mesmo e que deles depende toda a lei?
Porque se eu amo a Elohim eu não tenho dificuldade em cumprir os quatro primeiros mandamentos e se amo ao meu próximo como a mim mesmo, não terei dificuldade de cumprir com os outros seis mandamentos. O cumprir a lei depende do meu amor a Elohim e do meu amor ao meu próximo.
Muitos afirmam que a graça começou quando Yeshua ressuscitou, porque antes era a lei. Isso dá a entender que a graça de Elohim não existia na lei. Eu faço as seguintes perguntas:
O que abriu o mar vermelho foi a graça de Elohim ou a lei?
O maná que desceu do céu foi graça ou lei?
A água sair da rocha foi graça ou lei?
As roupas e os calçados não envelhecerem durante os 40 anos de peregrinação no deserto foi graça ou lei?
Poderíamos seguir com outros exemplos, mas já podemos ver que a graça de Elohim sempre existiu no meio do seu povo.
Vamos nos concentrar agora na lei e na graça.
A primeira vez que Yeshua fala sobre a lei foi em Mateus 5:17: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.” A palavra original em grego que foi traduzida como cumprir é “πληρωσαι” translitera-se como plêrôsai e significa completar, preencher ou encher, portanto a melhor tradução para este texto seria: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas completar (trazer o que faltava).”
Vejamos um outro texto onde aparece a palavra “plêrôsai”:
Romanos 15:13 “Ora, o Elohim de esperança vos encha (plêrôsai) de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Ruach Hakodesh( Espírito do Santo)
Como vemos neste texto a palavra “plêrôsai” foi traduzida conforme seu significado apontado pelo dicionário.
Precisamos entender o que Yeshua quer dizer com completar, primeiro porque é a tradução correta da palavra, depois porque faz muito mais sentido Ele dizer que veio completar do que cumprir. Vejamos: A Torah são os cinco primeiros livros da Bíblia escritos por Moisés e muitos se referem a estes livros como “lei”, quando na verdade a palavra Torah não significa lei o significado real é ensino ou instrução, mas o que a Torah veio nos ensinar? Veio nos ensinar a sermos melhor pai, melhor filho, melhor esposo, melhor patrão, melhor funcionário, vivermos uma vida mais saudável, lembram do que Paulo disse em sua segunda carta à Timóteo 3:16 e 17? “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Elohim seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” De que Escritura Paulo se refere? Ao que chamamos de “Velho Testamento”, pois o “novo testamento” ainda não estava escrito e ele diz que a escritura é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir, evidentemente ela era e ainda é boa para todas essas coisas, porém ela não trazia salvação em si, por isso Yeshua disse que Ele veio completar, Ele veio trazer aquilo que faltava na “lei”: SALVAÇÃO. Somente por Yeshua somos salvos e nisto não há discussão, Ele rasgou o véu que nos separava e através dEle todos temos acesso ao Santo dos Santos, mas e os ensinamentos da Torah? Porque não continuam sendo aplicados e ensinados nos nossos dias? Porque as pessoas não gostam nem de conversar sobre o assunto insistindo que a Torah é só para o Judeu? Muitos ensinam que somos participantes de todas as bênçãos de Abraão, mas que bênçãos? As bênçãos contidas na Torah que virão sobre àqueles que a cumprem. Existe um versículo que é o predileto dos pregadores adeptos à teologia da prosperidade:“E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por baixo;” agora veja isso: Se ao analisarmos um versículo isoladamente já estamos cometendo um erro que pode comprometer toda a interpretação do texto, que dirá pegar somente a metade de um versículo e criar uma nova teologia, a da prosperidade, que se baseia na metade deste versículo, vejamos então o versículo por inteiro: Deu 28:13 “E o YHWH te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por baixo; se obedeceres aos mandamentos do YHWH teu Elohim, que eu hoje te ordeno, para os guardar e cumprir,” Todas as benção de Elohim são condicionais, até mesmo a benção da salvação que todos dizem ser de graça, está condicionada em crer e confessar, veja o que diz romanos 10:9 e 10: “Porque, se com a tua boca confessares a Yeshua como Adonay, e em teu coração creres que Elohim o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.” Portanto, ser cabeça e não cauda, estar por cima e não por baixo, está condicionado em obedecer aos mandamentos do Senhor e cumpri-los, agora se você for curioso, leia todo o capítulo 28 de Deuteronômio e você verá que as bênçãos que são hoje reivindicadas pela “Igreja”, estão todas condicionadas ao cumprimento dos mandamentos e o interessante é que dos 68 versículos deste capítulo, somente 14 se referem as bênçãos pelo cumprimento dos mandamentos, os outros 54 são de maldição para quem não cumprir.
Analise por este lado: que direito tenho eu de reivindicar as bênçãos, quando eu não cumpro os mandamentos ou as condições impostas para que eu seja participante de tais bênçãos? Porque Elohim abriria as janelas do céu para fazer cair sobre mim bênçãos sem medida se eu não fosse fiel nos dízimos e nas ofertas?
A lei (Torah) ensina o homem a viver na terra, Yeshua garante ao homem vida eterna no céu.
Transformando isso em matemática temos o seguinte resultado: Lei + Yeshua = vida abundante na terra e esperança de vida eterna no céu. Se tirarmos a Torah das nossas vidas, estaremos tirando os parâmetros que o homem precisa para acertar o alvo.
Muitos insistem em ensinar que existe separação entre Judeus e gentios, apesar de Romanos 11 dizer que os gentios foram enxertados em Israel e não separados de Israel.
Analisando a palavra lei (Torah)
A palavra Torah (תורה) vem da raiz (ירה) que significa “apontar”. O pai aponta o caminho para o filho ensinando a ele o caminho correto a tomar na vida. O sentido literal de (תורה) é o ato de apontar ou ensinar de um pai. Esta palavra é quase sempre traduzida na Bíblia como lei, entretanto isso não é uma boa tradução. A Torah de Elohim são seus ensinamentos aos seus filhos, da mesma maneira que um pai ensina seus filhos. Yeshua como um filho obediente disse que não veio abolir os ensinamentos de seu pai e nós que também somos filhos que diremos? A Torah é só para os filhos Judeus? O gentio não tem direitos aos ensinamentos do pai ou os gentios rejeitam os ensinamentos do pai?
Onde na Torah, ou nos livros proféticos diz que O Messias virá para “desintegrar” a Tora?
Vamos continuar no tema da lei, mas vamos parar um pouco para pensar em algo importante: a Bíblia não é contraditória, os escritores não se contradizem uns com os outros, pois quem os inspirou foi o mesmo Espírito de Elohim, portanto, se YESHUA diz que Ele não veio destruir a lei, mas sim completá-la, Paulo estaria contradizendo a Yeshua caso ele afirmasse que a lei acabou, não é verdade? Mas se em algum momento, a leitura de um texto leva você a entender que Paulo está dizendo que a lei acabou, lembre-se do que Yeshua disse: “Não penseis que vim abolir a lei ou os profetas; não vim abolir, mas completar.” você ficaria com a afirmação de Paulo ou com a afirmação de Yeshua?
Vejamos um texto de Paulo que tem sido interpretado como se ele estivesse afirmando que Yeshua eliminou a “lei”:
Efésios 2:14 e 15 – “Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz,”
Parece haver aqui uma contradição: Yeshua diz que Ele não veio desfazer, mas Paulo diz que Ele desfez. Como sabemos que na Bíblia não há contradições, devemos recorrer ao original para esclarecer esta aparente contradição.
A palavra mandamento está escrita no grego como “nomos” enquanto que a palavra ordenança está escrito como “dogmas”. Buscamos no dicionário e na enciclopédia o significado destas duas palavras, vejamos:
Nomos – Na mitologia grega, nomos significa lei espiritual, ou seja: imposta por Elohim.
Dogmas – Um dogma, no campo filosófico, é uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação, No catolicismo os dogmas surgem das Escrituras e da autoridade da Igreja Católica, ou seja: imposta pelo homem.
Desfez os mandamentos “nomos” em forma de “dogmas”. Desfez os mandamentos de Elohim que foram criados em forma de dogmas ou doutrinas de homens.
Concluimos então que o que Yeshua desfez foram as ordenanças impostas pelo homem e as interpretações do homem dos mandamentos da Torah.
Para entendermos melhor, vamos analisar a história: No início do versículo, Paulo diz que Yeshua derrubou a parede que separava Judeus de Gentios, esta perede era literal, ela existia no templo de Jerusalém para fazer separação, existia o pátio dos sacerdotes, dos homens Judeus, dos gentios e das mulheres e o pátio dos Judeus ficava mais próximo do templo, e os gentios separados, ficava mais distante. Agora fazemos a seguinte pergunta: onde é que está escrito na Bíblia que Elohim mandou fazer um muro para separar os Judeus dos gentios que temiam a Elohim? Em nenhum lugar, muito pelo contrário veja o que diz Levítico 19:34 “Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrinar convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o YHWH vosso Elohim.” Esta parede de separação foi uma ordenança imposta pelo homem um dogma que afastava os não-Judeus da Torah e da presença de Elohim, foi exatamente esta distinção que Yeshua veio desfazer Para que dos Judeus e gentios fizesse apenas um povo, nEle.
Vamos citar outro exemplo de interpretação tendenciosa no esforço de provar que o velho testamento, conforme o próprio nome dado já diz, é velho e obsoleto. Vale a pena ressaltar que o velho testamento na verdade se chama Tanach, que é um acrônimo das três divisões da Bíblia: Torah, Nevi'im e Ketuvim.
Torah – Instrução (5 livros de Moises), Nevi’im – Profetas e Ketuvim – Escritos (Salmos, Esdras...).
Em Gal. 4:10 e 11 diz assim: “Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós.”
Este texto é constantemente citado com o intuito de provar que não devemos guardar dias (shabbat) ou as festas bíblicas. A versão Ferreira de Almeida Atualizada no título que inicia este texto diz "O valor transitório dos ritos judaicos" enquanto que a Ferreira de Almeida Revista e Corrigida diz: “O evangelho isenta-nos da lei”.
Interessante é que eu já ouvi tantos pregadores afirmarem o seguinte: “não podemos pegar um texto isolado da Bíblia e dar a nossa própria interpretação, temos que analisar o contexto para sabermos o que exatamente o autor está querendo dizer”. Certas vezes fico atônito de ver que a teoria nem sempre é posta em prática, mas vamos colocá-la em prática neste texto. Para que este texto estivesse se referindo as festas “Judaicas” e ao sábado judaico, ele deveria estar sendo escrito aos Judeus que outrora observavam datas e festas e ao conhecer Yeshua se libertaram destas práticas e que agora estavam voltando a praticá-las. Primeiramente esta carta é dirigida aos gálatas gentios, nao-Judeus, que outrora não conheciam ao Elohim de Israel e agora convertidos ao Elohim de Israel e ao seu Messias Yeshua e libertos dos cultos pagãos estavam voltando a praticá-los, veja os versículos anteriores e comprove que Paulo não se refere aos Judeus nem tão pouco às praticas Judaicas: Gálatas 4:8 e 9 “Outrora, quando não conhecíeis a Elohim, servíeis aos que por natureza não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Elohim, ou, melhor, sendo conhecidos por Elohim, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?”
Como esse texto pode estar se referindo aos Judeus? Está se referindo a um povo que outrora era pagão que serviam aos que por natureza não era deuses, mas que agora já conheciam ao Elohim verdadeiro e eram conhecidos por Ele, porém estavam querendo voltar às práticas que serviram anteriormente, é como se uma pessoa que observava e festejava os dias santos e acompanhava as procissões, e agora conhecedora da verdade a cerca dos santos e crente em um único Elohim, resolve agora voltar a celebrar as festas juninas e participar de procissões em dias santos.
Paulo, de modo algum, está afirmando que "Os Ritos Judaicos são Transitórios" conforme a "ARA" (Almeida Revista e Atualizada). Mas, sim exortando os crentes recém convertidos do paganismo “galaciano”, para que não voltem às suas festividades demoníacas e cheias de misticismo pagão.
Precisamos entender isso com muita clareza, é de extremo interesse do inimigo de nossas almas, que acreditemos nestas coisas, pois a não observância e cumprimento dos mandamentos favorece a ele de duas formas estratégicas: primeiro não somos participantes das bênçãos pelo cumprimento dos mandamentos, segundo, sem os Parâmetros que a lei (Torah) nos ensina fica fácil para ele nos induzir ao pecado.
Pré-Cruz ou Pós-Cruz? |
Mas - vem a objeção - Paulo não disse claramente aos romanos, que não estavam mais "debaixo da lei" mas "debaixo da graça?" Sim, disse. Mas com tais expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o conteúdo do Decálogo?
De modo nenhum, pois os argumentos narrados na mesma epístola são contrários a essa desastrosa conclusão. Leia por exemplo os capítulos de Romanos 3:31; 7:12 e 14; 7:22 e outras passagens. Analisaremos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão de Paulo. Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever aos crentes de Roma? |
- Estaria ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e a lei do Novo Testamento? Não!
- Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre a lei e graça? Também não!
- Estaria indicando várias maneiras de salvação? Não!! Romanos 3:31.
Então a que se referia o apóstolo, ao dizer "debaixo da lei" e "debaixo da graça"?
- Referia-se à mudança do que ocorre no indivíduo por ocasião de sua conversão, mudança do "velho homem" para o "novo homem", do pecado para a santidade, da condenação fatal para a graça livradora.
Paulo está se dirigindo a homens crentes, a cristãos batizados, a homens convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leia Romanos 6:1 a 5. E prossegue o verso 6: "sabendo isto que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não mais sirvamos o pecado". Claro como a luz que o capítulo se refere à conversão e não à mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente o que ele diz: "assim também considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6:11).
A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem convertido - membros da igreja de Roma, que não mais transgrediam a Lei, pois viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado. "Não reine, portanto o pecado, em vosso corpo mortal..." (v. 12). Pecado - como define a Palavra de Deus - é transgressão da Lei [Dez Mandamentos] (I João 3:4). Paulo está exortando os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a transgredir a Lei de Deus. E no (v. 14): "Porque o pecado não terá domínio sobre vós... Por quê? Por que a lei foi abolida?Não. Mas porque já tinham abandonado o pecado, cessaram de transgredir a Lei.
O próprio argumento de Paulo mostra, de modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. "...o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei (não mais a transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não colocais debaixo dela como antes) mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos concedeu de serdes redimidos por Cristo)."
O sentido exato e completo do v.14 é este: "tendo abandonado os vossos pecado, tendo cessado de quebrar a Lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelos pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela Lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu este favor imerecido, e os vossos pecados foram apagados."
Claríssimo! Portanto, não estar debaixo da lei, é não está sobre a sua condenação. Não há conflito entre Lei e Graça. "Por quê? Pecaremos (isto é transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação) mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum." Portanto, a própria conclusão do apóstolo Paulo destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre Lei e Graça. Mesmo porque se "não estar debaixo da lei" significa que não devemos obedecer-Lhe, segue-se portanto que podemos transgredir-la à vontade. Porém Paulo destrói imediatamente esta idéia blasfema com um categórico "De modo nenhum!".
Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Romanos 6:14: "A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela." 1
Outra passagem - muito ao gosto dos negadores da lei - é Gálatas 5:18: "... se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei." Também neste caso,quais os que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, os que não transgridem a Lei de Deus - em suma os que não cometem pecado. Os ímpios os pecadores não são guiados pelo Espírito, por isso eles estão debaixo da lei, da sua condenação, porque as transgridem. Não há aí a mais leve alusão de abolição da Lei de Deus. Só uma interpretação obtusa conduziria a tal conclusão.
Consideremos agora a absurda interpretação de alguns. Dizem que pela expressão "não estamos debaixo da lei" Paulo quis dizer que a lei foi abolida e, portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e sua função - segundo dizem. Ora, se isto é verdade, então ninguém está debaixo da lei, quer seja ou não guiado pelo Espírito. Daqui não há como fugir. Mas Paulo combate este erro, declarando explicitamente que a fim de não estarmos debaixo da lei, temos que ser guiados pelo Espírito.
A idéia de se estar "livre da lei" e de sua obediência não é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 A.C., aproximadamente, nos tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei de Deus. Consulte-se, de preferência nas versões Brasileiras ou Trinitária, a repreensão de Deus ao Seu povo, em Jeremias 7: 8 a 10: "Eis que vos confiais... furtareis, matareis, adulterareis... e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas." |
| Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc. Em outras palavras, crêem que devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença que o fazem em relação a todo o Decálogo, incluindo necessariamente o quarto mandamento. |
Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos "debaixo da lei" porque cremos na guarda dos Dez Mandamentos, então os demais cristãos estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem nove preceitos do Decálogo. "Coerência, és uma jóia." |
Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão "não estar debaixo da lei" mas "debaixo da graça" unicamente para se "justificar" a desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a quebra de outros mandamentos do Decálogo. Cremos honestamente que aqueles que a usam para fugir a guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar ou adulterar. Certamente que essas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de fazer de adulterar, matar, cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião pública. Se a prática desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em alguns ritos bárbaros), então não hesitariam em dizer que praticariam tais coisas porque "não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça".
A tal extremo conduz o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de argumentação. Note-se que há índios e nativos canibais que matam impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro grosseiro é supor que a guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião cristã não se baseia na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer, e o que devemos evitar de fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o coração. A consciência, muita vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura tem muito a dizer sobre a consciência, como base precária e enganosa. A Bíblia fala de "consciência cauterizada" (I Timóteo 4:2), consciência "fraca" (I Coríntios 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem se enfraquece. É inalterável porque o seu elemento é só divino.
Lei de Tiago ou graça de Paulo? | |
Lei ou graça? O apóstolo Paulo menciona que pela graça de Deus é que somos salvos e isto não vêm de obras ou de nós. Todavia, Tiago, irmão de Jesus, menciona que sem obras a fé morta? Seria uma contradição? O que os colegas pensam disso? Se nada que façamos irá nos trazer a salvação, porque então que a nossa fé morreria sem as obras? Um impasse? Pelas Escrituras eu entendo que todos iguais e igualmente culpados, quer judeus, quer gentios. Como nos diz a Bíblia: “tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal” (Rm 2.9). E também diz: “glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem” e “para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2.10,11). “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei.” (Rm 2.12,13). Alguém no fórum discorda das palavras de Paulo? Aqui Paulo afirma que os que praticam a lei serão justificados. Mas Paulo também não afirma que a salvação é pela graça e não depende das obras? É uma contradição? Para responder esses questionamentos devemos nos atentar no que ele diz para não tirar conclusões erradas. Primeiramente devemos ler (Ec 7.20 e Sl 3.1-3) que Paulo faz questão de nos lembrar (Rm 3.10, 11). Esses textos dizem que: “Não há homem sobre a terra que faça o bem e que não peque”. Se de fato seguíssemos a lei, seríamos justificados por essa lei, contudo, como caímos em algum til da lei, nos tornamos culpados perante essa lei. Moisés nos dizia que “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las” (Dt 27.26; Gl 3.10). Não conseguimos cumprir a lei e por isso não somos justificados pela lei. Ora, “Não foi por intermédio da lei que Abraão e sua descendencia coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim, mediante a fé” (Rm 4.13; Gn 17.4-6; 22.17). O profeta Habacuque não disse “o justo viverá pelas obras”, mas disse: “O justo viverá pela fé” (Hb 2.4). “Ninguém será justificado diante dele (Deus) por obra da lei” (Rm 3.20). “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.23,24). Por maiores que sejam as nossas obras e empenhemos no cumprimento da lei, continuamos indignos e não merecedores da misericórdia de Deus. Não a toa que as Escrituras nos diz: “Por bondade do Senhor nós não somos consumidos, porque a sua misericórdia não tem fim “ (Lm 3.22). Para aqueles que acham que recebem a graça de Deus pelas suas obras, que desçam do pedestal em que se encontram. Não é a obra que nos exime do pecado. Se não fosse a graça unilateral de Deus, estaríamos condenados a perdição. “Então, anulamos a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, afirmamos a lei” (Rm 3.31). “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 6.1-2). Se de fato somos servos de Deus, como mesmo nos diz Paulo, precisamos estar mortos para o pecado. Esse é o maior sinal de que fomos agraciados. Não que conseguiremos deixar de pecar (o que seria uma mentira), mas que estaremos profundamente tristes de ter incorrido no erro e mais adiante, que teremos o sincero propósito de não mais cairmos nos tais. O apóstolo João nos diz: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (I Jo 2.1). Quando estamos na presença de Deus nos tornamos mortos para o pecado: “Porque estamos debaixo da graça e não debaixo da lei, o pecado não terá domínio sobre vós” (Rm 6.14). “Considerai-vos mortos ao pecado e vivos para Deus” (Rm 6.11). Paulo está querendo nos dizer que não comunhão entre as trevas e a luz. Quando estamos santificados na presença do Deus Altíssimo, não existe o domínio do pecado, “pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade” (Ef 5.11). Existe contradição entre o pensamento de Paulo e Tiago? De certo que não! Tiago nos esclarece que a fé sem obras é morta. De fato, se sentimos o amor de Deus, nossas atitudes irão transparecer em nossa vida. “Como poderemos amar a Deus que não vemos, se não amarmos os nossos semelhantes que vemos”, este é o questionamento de Tiago. Tiago não está querendo fazer uma auto-justificação, mas antes, repreender aqueles que diziam amar a Deus, sem no entanto, ajudar os necessitados. Se alguém diz amar seu irmão, porém nos dias maus negar-lhe a compaixão, que amor é esse?? Que estranho amor, são palavras vazias... A atitude sincera de amor ao próximo é um sinal genuíno de que o tal é um servo de Deus. Porém, não devemos confundir essa evidência com a graça de Deus. Que fique claro: “A OBRA É EFEITO E NÃO UMA CAUSA” da justificação do homem. Resumindo, Paulo e Tiago tratam do mesmo assunto, porém, focalizam dois ângulos diferentes do plano de Deus. Porém, eu entendo que de forma alguma são contraditórios. Um abraço a todos!
fontes
radoalves.wordpress.com/.../devemos-viver-pela-lei-ou..
teophilo.info/guests/englucianadizimo.htm
leandroaguiar.no.comunidades.net/index.php?pagina.
www.thirdmill.org/.../48135~9_19_01_11-05-10_AM...
www.jesusvoltara.com.br/selo/lei2.htm
www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action..
canalcinco.com.br/escravosdoministerio.htm
ensinandodesiao.org.br/.../estamos-debaixo-da-graca-o...
www.centrodeestudosprofeticos.com.br/index.php?...le..
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