Já Blasfemei Contra o Espírito Santo?
Por muito tempo rodeie este assunto. Primeiramente o que me veio foi o discernimento que eu poderia “falar” algo que pudesse ultrajar o Espírito Santo. Porém, muitas perguntas ficavam sem resposta. Ler o capítulo 12 de Mateus e sinópticos foi o que fiz por anos sem chegar a um discernimento que me deixasse sem perguntas. Resolvi abrir o leque para o VT e configurá-lo com o NT e encontrei a resposta que tanto procurava.
Na Torá, nas questões de convencimento do pecado, eram feitas a partir de atos flagrantes. Em nossa Lei está previsto, que ninguém pode construir provas de crime contra si mesmo e esta jurisprudência vem do Pentateuco, assim também no judaísmo, ninguém se oferecia para dizer que havia pecado. Portanto, as punições só eram realizadas por meio de situações em que houvesse dolo e que este fosse sentido e percebido por terceiros.
Olho por olho, dente por dente!
Os escribas e fariseus que disputavam com Jesus a cerca das curas e libertações, estavam entrando numa dimensão onde a origem ou responsabilidade pela cura ou libertação era "sem flagrantes", onde não podia se discernir, de fato, o agente que operava tais "movimentos". Algumas curas e libertações que Jesus fez seriam as comprovações visíveis que o Messias estava entre eles.
Na questão da lepra, p.ex., havia a lei a cerca da lepra (cerimonial) mas não há um registro sequer que um judeu tenha feito uso do cerimonial dela (apresentar-se ao sacerdote e oferecer a oferta estipulada) pois nenhum Judeu havia sido curado dela por ação divina!
Curar um cego de nascença, fazer um mudo falar (espírito mudo) são sinais da manifestação do Messias entre os Judeus.
Outra coisa, o Deus trino (Pai, Filho e Espírito Santo) não era previsto nos ensinos Judaicos, apenas o "Eu sou" era adorado e exaltado. Quando Jesus introduz a pessoa do Espírito Santo ele faz menção da profecia de Ezequiel 36:27:
"Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis".
Esta manifestação era algo inusitado para os Judeus. O Emanoel (Deus conosco ou dentro em nós) era algo sem entendimento. Daí o espanto deles em ouvir que Jesus era filho de Deus ou que operava sinais pelo dedo de Deus (Espírito Santo). Onde eu quero levar este assunto? Simples!
Não é o que dizemos para alguém que tem o Espírito Santo que podemos ser levados a praticar o pecado da blasfêmia contra Espírito Santo. Jesus já deixou claro que isto tem perdão! O Espírito Santo veio operar em nós. É no ente que toda a ação dEle se manifesta. Quando o Espírito Santo se move em nós e dizemos que este mover é do diabo isto sim é blasfemar contra o Espírito Santo.
Quando não acreditamos na pessoa do Espírito Santo como um ser divino e real, e ELE quer nos convencer de pecado, nos fazer flagrante diante de nós mesmos, e dizemos que é o diabo que está operando e quer nos convencer, pois não acreditamos na pessoa real dEle, estamos pecando contra o Espírito Santo, ultrajando o Espírito da Graça. Se eu não posso ser convencido de pecado como poderei perdoar os pecados ou ofensas de alguém?
Os escribas e fariseus condenaram Jesus por perdoar os pecados do paralítico e disseram: Um homem não pode perdoar pecado de outro homem, só Deus pode fazê-lo!
Hoje, pelo Espírito Santo que em nós habita, somos convencidos de pecados e perdoamos os pecados de alguém que pecou contra nós. No AT esta ação só podia ser feita por meio de sacrifícios ou de restituição por pagamentos. Sem a Lei e o Templo não se podia responder pela ofensa de alguém.
Daí vem o entendimento de Hb 6:4-6:
"Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial (o perdão dos pecados), e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério".
O livro aos Hebreus fala das figuras e cerimoniais que as ofertas de sacrifícios eram feitas para restaurar a Paz entre homens e Deus e entre homens e homens. Portanto, qualquer pessoa que depois de ter experimentado a purificação da culpa (consciência) por meio do Espírito Santo no Evangelho, e retroceda em crer que somente sangue de animais pode purificá-lo, cai da justificação pela fé e volta na justificação pelas obras, assim, diz o texto, é impossível que ele seja novamente renovado para arrependimento visto que ultrajou o Espírito Santo da Graça e Este não pode mais convencê-lo do contrário.
Blasfêmia contra o Espírito Santo é algo que praticamos contra o Espírito Santo que está em nós, a nos convencer de algo, e por não crermos na obra dEle, visto que não O aceitamos como ser divino e que Ele seja Deus em nós, dizemos que é uma ação ou movimento operado pelo diabo ou por demônios. Cremos em demônios, na existência deles, mas não cremos na existência do Espírito Santo. Só conseguimos perdoar o pecado ou a ofensa de alguém por convencimento do Espírito Santo. Só Ele pode me convencer do meu pecado e me levar a perdoar a ofensa que alguém praticou contra mim.
Há pecado que é para morte e este digo que não façam orações nem intercessões, visto que se alguém não perdoa é porque nunca se sentiu perdoado por Deus, pois não crê na obra do Espírito Santo sobre ele. Tudo isto não é simples. É complicado mesmo, e muitas mentes ainda não conhecem o Evangelho, mas para nós que conhecemos é de fácil entendimento.
Irmãos em Cristo...o que nos une? O que faz de nós um com Jesus Filho e com Deus Pai? Não é o AMOR? Paulo nos escreve o seguinte sobre o AMOR em Romanos 5:5
"... e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado".
Até o pentecostes o AMOR de Deus ainda não havia sido derramado sobre toda a carne. A obra do Filho é:
"O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado".
Toda palavra proferida contra esta obra do Filho: restaurar, libertar, curar (alma e corpo) é possível ser perdoada se alguém disser que foi feita pelo poder de Belzebu.
Já a obra do Espírito Santo é:
"E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado".
Ultrajar esta obra não tem perdão. Como posso ultrajar o que faz o Espírito Santo? Ele quer nos convencer de algo assim:
"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas". O Espírito Santo também é chamado de o Espírito da Graça. Porque pela graça, perdão de Deus que está em Jesus, todas as ofensas foram purificadas. Quando não perdôo estou rejeitando o que recebi (O Perdão de Deus) que me foi dado através do AMOR derramado em meu coração. Só perdoa quem efetua AMOR na vida. Quando resisto ao AMOR não perdôo. Resistir a este AMOR é ultrajar o Espírito Santo.
Portanto digo, que quando alguém não perdoar o seu próximo não orem por ele. Porque AMAR é vida e Odiar (não amar) é morte. Tem pecado que não é para a morte e podemos orar a cerca dele. Mas tem um pecado que é uma decisão de morte, para este digo que ninguém ore, pois não tem como um ente ir para a sepultura “salvo”, quando ele mesmo já tem rejeitado a salvação pela mesma salvação que ele dizia ter sido salvo, que é a Graça de Deus e o perdão de Deus que está em Cristo Jesus.
"Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos; e, tendo começado a tomá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei. O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves. Então o seu companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei. Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram revelar tudo isso ao seu senhor. Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste; não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão".
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